Depois
de cinco tentativas, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara
Federal acaba de aprovar o projeto que trata da chamada “cura gay”. A
proposta revoga uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP)
que proíbe os profissionais da área a aconselharem gays a virarem
heterossexuais. A matéria segue para análise da Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ) antes de ser analisada em plenário. As informações são
do Congresso em Foco.
De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), a proposta permite que
psicólogos atuem em casos de homossexuais que desejarem passar por
tratamento por causa da orientação sexual. A tese é combatida por
especialistas, já que homossexualidade não é considerada uma doença pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) dedsde 1991. A matéria foi colocada
em votação em outras oportunidades pelo presidente da CDH, Pastor Marco
Feliciano (PSC-SP).
O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) questionou o presidente da CDH,
deputado Marcos Feliciano (PSC-SP), se o colegiado tinha competência
para sustar uma resolução de um conselho de classe. Como obteve a
resposta de que as comissões têm a prerrogativa de sustar atos do
Executivo, ele classificou a proposta de “pirotecnia”.
“Eu posso apresentar um requerimento revogando a lei da gravidade…Me
parece que está clara a esterilidade deste debate”. Por sua vez,
Feliciano explicou que caberá à CCJ debater a constitucionalidade do
Projeto de Decreto Legislativo 234/11.
Crítico ferrenho da medida, o deputado Simplício Araújo (PPS-MA) tentou
obstruir a votação de todas as formas e afirmou que a matéria é
eleitoreira e o envergonha. “Esse projeto é a maior perda de tempo. Não
existe tratamento para o que não é doença. A doença é a cara de pau de
alguns políticos, a corrupção… Quem dera se o Conselho Federal de
Psicologia pudesse curar a cara de pau, a corrupção, os distúrbios da
classe política”, disparou.
Do outro lado, o deputado Roberto de Lucena (PV-SP) destacou que se
sentia agredido pelas palavras do maranhense. “Eu não admito esse
carimbo”, resumiu o paulista, relator da proposta na Comissão de
Seguridade Social e Família (CSSF).
Logo após a aprovação, Simplício se retirou da sala da comissão para
atender a jornalistas. Neste momento, o deputado Pastor Eurico (PSB-PE)
destacou que o colega estava “fugindo” para “se projetar na mídia”. “Não
há interesse eleitoreiro neste projeto”, rebateu o pernambucano,
afirmando que não precisa da Comissão de Direitos Humanos para se
eleger.
18/06/2013
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Comissão da Câmara aprova projeto da "cura gay"
Comissão da Câmara aprova projeto da "cura gay"
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