Eles perceberam que beber uma bebida gaseificada e açucarada por dia já é suficiente para aumentar as chances de morrer de doença cardiovascular em quase um terço. E para aqueles que consomem um quarto de suas calorias diárias de açúcar, o risco desse tipo de morte é dobrado.
A adição de açúcar que é introduzida na dieta diária acaba sendo
oriunda do processamento de produtos alimentares, em vez de ser a
partir de fontes naturais, tais como as frutas, por exemplo. As
diretrizes alimentares da Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam
que adição de açúcar deve representar menos de 10% da ingestão de
calorias diárias.
Entretanto, ativistas britânicos estão brigando por um limite máximo de
5%, juntamente com uma taxação elevada em refrigerantes e bebidas com
muito teor de açúcar, porque eles dizem o açúcar é o “novo do tabaco”.
O professor Graham MacGregor, presidente da “Action in Sugar”, disse: “Este é um estudo importante.
Ele mostra claramente que uma alta ingestão de açúcar está diretamente
associada a um aumento do risco de derrames e ataques cardíacos,
destacando-se a necessidade de muito mais foco na redução do açúcar para
reduzir a obesidade e riscos cardiovasculares”. Ele ressalta: "Ao
aumentar a ingestão de açúcar, além de ser um ganho desnecessário de
calorias, é uma das principais causas do surgimento da cárie dentária. Precisamos agir agora".
O estudo, liderado pelo Dr. Quanhe Yang, dos Centers for Disease Control and Prevent em Atlanta, utilizou dados da pesquisa nacional de saúde dos Estados Unidos para determinar a quantidade de açúcar adicionada pelos consumidores.
Entre 2005 e 2010, a adição de açúcar foi responsável por pelo menos
10% das calorias consumidas em mais de 70% da população dos EUA. Cerca
de um décimo desses adultos tem um quarto ou mais de suas calorias
provenientes de açúcar, diz um relatório no JAMA Internal Medicine.
Os dados foram comparados com a mortalidade por doença cardíaca
durante um período de 14,6 anos, durante os quais 831 mortes por
doenças cardiovasculares foram registradas no grupo de estudo, o que é
um número significativo para a população.
O risco de morte relacionado com o coração era 38% para as pessoas que
consumiam de 17 a 21% das calorias diárias de açúcar, em comparação com
aqueles que eram menos de 10%. Uma lata de bebida açucarada a cada dia
aumenta o risco de morte por doenças cardiovasculares em 29% em
comparação ao consumo de uma lata ou menos em uma semana. Uma lata com
360 ml de refrigerante pode conter até oito colheres de chá de açúcar.
Os
pesquisadores dizem que o risco extra não é simplesmente porque as
pessoas que consomem mais açúcar são mais propensas a ter excesso de
peso ou obesidade, o que faz com que os problemas cardíacos sejam mais
prováveis. Eles alegam que o excesso de açúcar tem um efeito
independente sobre o corpo, que ainda não é compreendido. Isso pode
elevar a pressão alta e a efeitos adversos sobre o sangue e gerar
inflamações.
Um britânico típico consome 12 colheres de chá de açúcar por dia, e
alguns chegam a consumir até 46. O máximo de consumo ditado pela OMS é
equivalente a, no máximo, 10 colheres por dia.
Um porta-voz da indústria açucareira contestou a alegação de doença
cardíaca. Dr. Glenys Jones, de Sugar Nutrition UK, disse: "Os
especialistas em todo o mundo, incluindo a Organização Mundial de Saúde
e o UK Department of Health, reviram a evidência científica e
afirmaram claramente que o consenso da pesquisa mostra que a ingestão
de uma dieta com adição de açúcar não causa doenças cardíacas”.
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