“Mãe do petrolão”. É assim que o Instituto Teotônio Vilela, entidade de formação política ligada ao PSDB, faz referência à presidenta Dilma Rousseff em artigo veiculado em suas páginas na internet e, ato contínuo, no site e nas redes sociais do partido. O texto – intitulado “A mãe do Petrolão (Carta 1085)”, em analogia a mensalão e petróleo – é uma resposta às declarações de Dilma na última semana, quando ela rompeu certo silêncio, desde o início do segundo mandato, sobre o esquema bilionário de corrupção desvendado na Petrobras pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A petista disse que, se os desvios na estatal tivessem sido investigados e punidos durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a situação não estaria como está hoje.
“Como presidente do conselho de administração da Petrobras por
quase oito anos, Dilma foi uma espécie de mãe do petrolão. Cabe a ela e
ao PT responder pelos 12 anos de assalto do partido à empresa, durante
os quais, segundo revelações da Operação Lava-Jato, meio bilhão de reais
foram desviados para os cofres petistas”, diz o texto do instituto,
para quem Dilma perdeu as condições de seguir à frente do país.
“Dilma cumpre papel num script que lhe foi ditado pelo marketing e
pelo seu tutor. Definitivamente não sabe o que fazer diante da
roubalheira sistêmica que se espalhou no aparato estatal como cancro,
sob seu nariz e com o seu beneplácito, institucionalizada pelo PT.
Revela-se espectadora e não protagonista de seu governo”, acrescenta o
artigo.
Às vésperas da instalação da nova CPI da Petrobras na Câmara, PT e
PSDB intensificam fogo cruzado sobre o assunto, com acusações mútuas, na
iminência das denúncias e pedidos de inquéritos a ser formalizados pela
Procuradoria-Geral da República contra políticos diversos. Enquanto
tucanos preparam ofensiva no colegiado, que terá comando governista, e
combinam declarações públicas com conteúdo na internet, o PT protocolou
pedido de sindicância para apurar vazamentos que diz considerar
“seletivos” para incriminar o partido.
O partido também quer ampliar o foco da CPI da Petrobras e
responsabilizar criminalmente o ex-diretor de Serviços da Petrobras
Pedro Barusco, que acusou em juízo a sigla de ter recebido US$ 200
milhões em propinas. A reação da legenda, que está no epicentro das
denúncias, já havia sido ensaiada pelo presidente nacional do PT, Rui
Falcão, no último dia 11, quando classificou Barusco como “bandido” e
disse que o delator não apresenta provas do que diz.
Líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC) contra-atacou o artigo e
seus autores tucanos. Disse que lhes falta “autocrítica”, e qualificou o
uso do Instituto Teotônio Vilela para atacar Dilma como algo infantil.
“É uma coisa de criança. Chega a ser impressionante a forma com que
o PSDB está tratando questões sérias como essa, usando dessa maneira o
instituto que leva o nome de uma pessoa respeitável e que contribuiu
tanto pelo Brasil. Eles destruíram o Brasil com privatização e deixaram
uma mancha na política do país com a compra da reeleição. Enquanto o
PSDB não fizer uma revisão, uma autocrítica, fica difícil debater
política de forma séria”, rebateu o deputado, segundo a versão online o
jornal O Globo.
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