Com apenas 59 anos, o produtor lutava contra um câncer no cólon e faleceu em Los Angeles
Sam Simon, um dos principais criadores de
Os Simpsons,
faleceu no último domingo (8), vítima de câncer no cólon, em Los
Angeles, nos Estados Unidos, deixando milhões de fãs do seriado, no
mundo inteiro, em luto. Mesmo que Matt Groening seja o nome mais
lembrado pela criação do desenho, Simon também teve fundamental
importância na trama, sendo fielmente lembrado por isso.
Um dos
roteiristas da série, Ken Levine, escreveu há algum tempo que a
verdadeira força criativa da série foi o próprio Simon - “o tom, a
narração, o nível de humor surgiram todos sob a direção do Sam”, cita a
revista Variety no seu obituário. Em 2001, um outro roteirista, Jon
Vitti, disse ao New York Times que era “para o Sam que todos
escrevíamos”.
Enquanto produtor e co-roteirista, Simon desenvolveu os Simpsons como
série autônoma em 1989 com Groening e Brooks, expandindo os interlúdios
animados que o desenhista e cartoonista criara para o programa
humorístico da actriz Tracey Ullman em 1987. O papel de Simon era o de
tornar o estilo visual fora do vulgar e a sátira social verrinosa de
Groening num formato que funcionasse ao longo de episódios de 25 minutos
em horário nobre.
Foi ele que instituiu muito do livro de
estilo dos Simpsons, insistindo que houvesse um leque alargado de
personagens secundárias, que os atores que davam voz às personagens
gravassem os diálogos em conjunto no estúdio, e que os argumentistas
trabalhassem em equipe. No essencial, eram técnicas que Simon havia
aprendido a trabalhar em séries de comédia de sucesso como Taxi e Cheers
– Aquele Bar. Curiosamente, os Simpsons trouxeram-no de regresso à
animação onde havia começado carreira, nos anos 1970, escrevendo para
séries como o Super-Rato e Fat Albert and the Cosby Kids.
No
entanto, Simon apenas ficou quatro anos na equipe dos Simpsons, durante
as quais ganhou sete prêmios Emmy pelo seu trabalho na série e foi
co-criador de uma dúzia de episódios. Admitindo que podia ser difícil
trabalhar consigo, Simon desentendeu-se repetidamente com Matt Groening -
desde o princípio da produção, pois achava que a série era carta tão
fora do baralho que seria uma sorte ser renovada para lá da primeira
temporada de episódios. A sua saída em 1993 não foi pacífica, mas o
acordo financeiro de saída o deixou muito rico, pois continuou a ser
creditado como produtor executivo e a receber direitos de autor pela
retransmissão e edição em vídeo da série, que comemorou 25 anos de
emissão continuada em 2014.
A fortuna constantemente renovada
com cada novo cheque de royalties permitiu a Simon tornar-se num
filantropo. Doou milhões de dólares a organizações de defesa dos animais
(como a PETA ou a Sea Shepherd Society, contra a caça às baleias) e
criou uma fundação para disponibilizar cães de ajuda a deficientes, com
especial atenção aos veteranos de guerra. Ao saber do seu diagnóstico de
câncer no cólon, decidiu que todo o dinheiro recebido dos royalties dos
Simpsons seria doado a causas de caridade.
Com informações do portal Público - Portugal.
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