Sozinho, o deputado Marcel Moraes (PV) até tentou convencer os
deputados da Casa a votarem contra ao projeto de lei que regulamenta a
vaquejada como prática desportiva e cultural na Bahia, mas não
conseguiu. Obstruiu a sessão por mais de duas horas, usando todo o tempo
destinado a ele, mas o defensor dos animais da Assembleia Legislativa
da Bahia foi vencido pela maioria e o projeto foi aprovado, em segundo
turno, com 25 votos a favor e 9 contra, na noite desta terça-feira (21).
De autoria do deputado estadual Eduardo Salles (PP), a proposição gerou
polêmica desde o início entre os que defendiam a proposta por
considerar uma preservação da cultura nordestina, e os que acham um mau
trato aos animais a prática. “A identidade do sertão é figurada pela
cultura do vaqueiro, e hoje as cavalgadas e vaquejadas mantem essa
cultura viva”, disse Bira Coroa (PT), defendendo o projeto.
“Não podemos hoje onde lutamos a favor dos animais regulamentar maus
tratos. Faça um reflexão, o que é esporte? O esporte não pode ocorrer
onde um dos integrantes não quer participar, os animais não querem ser
puxados e ser mau tratados daquela forma”, disse Marcel Moraes. Fabíola
Mansur também se pronunciou. “Defendo culturalmente o ofício da
vaquejada, a profissão de vaqueiro e defendo os interesses da Bahia. A
minha compreensão é que a lei que regulamenta a vaquejada ordena a
proteção dos animais e não os maus tratos”, disse, ao ser questionada
por Marcel se iria votar a favor. A matéria segue para sanção do
governador Rui Costa.
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