"Fui agredida e estou cheia de sangue na perna! Vou processar! Fui
agredida pelo pessoal da escola! Me jogaram no chão e estou toda
machucada! Como jogam uma pessoa assim no chão? Tem que ter respeito ao
próximo! Bateram em mim! Me jogaram no asfalto", gritou Ju Isen,
totalmente transtornada, ao ser abordada pelo EGO.
"Mas isso não vai me abalar! No ano que vem vou voltar como rainha de
bateria! Mas na Unidos do Peruche nunca mais", completou Ju. Logo em
seguida, ela pegou um táxi e foi embora para o hotel em que está
hospedada.
Ulisses Ozzetti, da coordenação da Liga das Escolas de Samba de São
Paulo, explicou ao Ego que não pode ter nudez nos desfiles porque é
atentado ao pudor. "O protocolo determina que a escola deve retirar a
pessoa do desfile para não ser punida", explicou ele.
O presidente da Unidos do Peruche, Nei de Moraes, se posicionou sobre a
agressão. "Pra mim é novidade saber que ela foi agredida. Vou analisar
primeiro o que aconteceu, foi algo isolado de alguém que foi convidado
por nós. Escola tem respeito com componente e componente tem que
respeitar. Tomara que não tenha prejudicado a escola", disse o
dirigente.
"Não vi a atitude que ela teve, mas se ela tomou atitude dessas é
inadmissível. Todas as passistas assinam que não vão prejudicar a
escola. Ela com certeza assinou! Vamos analisar e pode ser que a escola a
processe sim", explicou.
Procurada pelo EGO, Ju Isen ironizou a ameaça de processo feita pelo
presidente da Unidos do Peruche: "Que engraçado, eu também penso em
processá-los por agressão! Ele vai me processar pelo quê? Carnaval é
nudez, sensualidade. Enfim, se vai me processar, também vou processar!
Cadê os Direitos Humanos? Os direitos da mulher? Lei Maria da Penha já!
Fui agredida e tenho provas! Estamos num país democrático e só queria
protestar".
Entenda a confusão
A loira, que ficou conhecida em todo o país ao ficar seminua nas
manifestações políticas que aconteceram em São Paulo em 2015, não pode
usar o polêmico tapa-sexo em protesto à presidente Dilma Rousseff. A
escola de samba Unidos do Peruche não quis fazer apologia ao impeachment
e obrigou a musa a usar uma fantasia mais comportada.
Segundo a agremiação, Ju tinha que usar uma roupa com ligação com o
enredo do desfile: os 100 anos do samba. O tapa-sexo havia sido uma
sugestão dela. "Não sei porque proibiram, mas estou muito chateada",
lamentou ela na concentração do desfile da Unidos do Peruche. "Estou me
sentindo injustiçada. Quero o impeachment e o povo quer o impeachment",
clamou.
Revoltada, Ju Isen ainda ameaçou entrar na Avenida com o tapa-sexo
na mão. "Quero fazer meu protesto de qualquer jeito", pediu ela, sem
sucesso. Instantes depois tiraram o adereço da loira. "Puxaram da minha
mão com tudo! Roubaram de mim! Achei péssimo, mas estou aqui", reclamou.
O regulamento da Liga das Escolas de Samba de São Paulo não proíbe
manifestações políticas nos desfiles. Mas, segundo a entidade, se alguém
reclamar de algo apresentado, uma ata será aberta e a plenária da Liga,
composta pelos presidentes das escolas, irão avaliar a situação e
determinar ou não a punição.
Antes do desfile, quando ainda estava se arrumando, Ju Isen contou
porque queria usar o tapa-sexo. "Vim parar na mídia protestando e
continuarei assim. Eu que escolhi essa fantasia com a intenção de
manifestar. Vai ser meu momento. Vim dar meu recado e de milhões de
brasileiros: fora Dilma", disse ela.
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