A Síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e tem como principal sintoma a fraqueza muscular. Casos mais graves podem levar à morte.
A possível relação do vírus da zika com uma doença neurológica muito
rara - a Síndrome de Guillain-Barré - está preocupando as autoridades de
saúde do Rio de Janeiro.
O marido de Camila está com a Síndrome de Guillain-Barré. Ele está em
estado grave, internado na UTI de um hospital universitário, em Niterói
sem nenhum movimento no corpo.
“Ele começou a ficar com fraqueza nas pernas e já não conseguia mais ficar em pé sozinho“, conta Camila Veríssimo.
O professor de Neurologia Oswaldo Nascimento, que supervisa os
atendimentos no hospital, diz que o hospital registrou só em janeiro
seis casos de pacientes com sintomas da Guillain-Barré.
Outros dez pacientes com sintomas leves foram liberados ainda no
ambulatório. O normal são no hospital são quatro casos por ano. Segundo o
médico, todos os pacientes tiveram sintomas da zika, como revelou a
reportagem do Jornal O Globo desta sexta-feira (5).
“Esses casos estão associados a infecção prévia clinicamente
caracterizada como um quadro típico da infecção pela zika”, diz Oswaldo
Nascimento.
A Síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e tem como
principal sintoma a fraqueza muscular. O paciente pode ter paralisia,
que começa pelos pés e sobe pelo corpo até chegar ao rosto. Nos casos
mais graves o paciente só consegue respirar com a ajuda de aparelhos. E
pode levar à morte.
A doença pode aparecer depois de uma infecção, como em uma gripe ou
pneumonia. O nosso organismo reage e produz anticorpos pra se proteger.
Só que na síndrome, os anticorpos atacam por engano a mielina, uma
membrana que reveste nossas fibras nervosas.
E dependendo da intensidade, a transmissão dos sinais do cérebro para o
resto do corpo fica comprometida, por isso a paralisação dos
movimentos.
“A diferença, no entanto, do Guillain-Barré clássico é o fato de que
temos observado mais alterações do sistema nervoso central é mais
agressiva. Essa é a impressão que nós temos”, comenta Oswaldo
Nascimento.
O neurologista explica que a relação entre as doenças deve ser
investigada. E não é porque alguém teve zika que vai ter a Síndrome de
Guillain-Barré.
“Se eu tive a infecção pelo vírus, é claro que vai depender muito do
meu sistema imunológico. Cada pessoa responde da sua maneira”, diz
Oswaldo Nascimento.
Nesta sexta (5), o Hospital Universitário Antônio Pedro disse em nota
que registou apenas cinco casos de pessoas com suspeita de
Guillain-Barré. E que apenas um dos dois pacientes internados teve a
doença confirmada. A direção do hospital disse que não foi comunicada
dos casos suspeitos que passaram apenas pelo ambulatório.
O hospital disse que não há comprovação cientifica até o presente
momento da relação causa e efeito entre zika vírus e Síndrome de
Guillain-Barré. Isso está sendo estudado por especialistas no Brasil e
Estados Unidos.
O subsecretario de vigilância em saúde do estado do Rio disse que ainda
cedo pra falar em aumento de casos, mas que a rede de saúde não está
preparada se isso acontecer.
“Obviamente a rede de saúde vai ter que se organizar e começar a
definir protocolos clínicos adequado para o tratamento destas pessoas.
Preocupa muito se a gente tiver um aumento do número de casos e é
necessário e urgente que a gente organize esta rede para atender as
pessoas”, diz Alexandre Chieppe.
(G1)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Post Top Ad
Responsive Ads Here
David Gouveia Notícias
O que acontece na notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário