Um projeto de autoria do vereador Henrique Carballal (PV) promete gerar
polêmica na Câmara de Vereadores de Salvador. O edil enviou nesta
segunda-feira (22) uma proposição que visa acabar com o famoso arrastão
da Quarta-feira de Cinzas. A justificativa do vereador é simples: se o
carnaval é um evento que existe dentro do calendário Católico, e a
Quarta-Feira de Cinzas é o início da Quaresma, logo, invadir a Quaresma
nega o direito ao Carnaval, na visão do edil.
O projeto de lei proíbe “a realização de arrastões ou ressaca de
carnaval, ou qualquer evento semelhante, a partir da utilização e trios
elétricos, palcos fixos ou móveis na quarta-feira de cinzas”. Conforme o
vereador, mesmo o Estado sendo laico, o catolicismo é tido como a
religião oficial do país, por isso tem feriados religiosos”.
Ele ressalta que não é um projeto contra o carnaval de Salvador, um dos
maiores eventos festivos da capital baiana. “Tenho serviços prestados
ao carnaval da cidade. É um projeto que visa dar legitimidade à festa.
Varias áreas da cidade fica impossibilita de manter sua normalidade por
conta do arrastão”.
O edil espera que o projeto seja votado ainda este ano. “Quero que no
carnaval de 2017 já não tenha arrastão”. A proposição prevê multa de 50
mil reais para cada equipamento apreendido, em caso de reincidência será
aplicado a multa com majoração de 50% do valor. Questionado se teme
resistência da Câmara para aprovar a proposição, Carballal afirmou que
tem argumentos suficientes para convencer os edis, e disse, inclusive
que já conversou sobre o tema com artistas, empresários e produtores
culturais da Bahia. “É um projeto polêmico, terão interesses
contrariados, mas espero contar com a maioria absoluta da Câmara. Estou
disposto a enfrentar qualquer debate, tenho argumento suficiente para
dizer que não tem sentido tentar esticar uma festa quando a cidade clama
por normalidade”, pontuou. Para o vereador a cidade não perde com o fim
do arrastão", mesmo fazendo parte do potencial turístico da capital
baiana no período da festa momesca.
(Bocão News)
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