Lula criticou o juiz responsável pela Operação Lava-Jato, Sérgio Moro,
pela espetacularização desta convocação que, segundo o ex-presidente,
era desnecessária. “Antes de mais nada quero pedir desculpas a dona
Marisa (esposa) e a meus filhos”.
De acordo com Lula, se fosse chamado ele iria. Mas a opção foi pela
“pirotecnia”. “Os advogados não sabiam de nada e a imprensa sabia. Isso é
lamentável”. Ao terminar o pronunciamento, o ex-presidente deixou o
recado: se quiseram matar a jararaca não bateram na cabeça e ela está
mais viva do que nunca.
O líder petista garantiu ainda que não vai ‘baixar a cabeça’ e que
aprendeu desde novo a superar este tipo de artilharia. “Eu aprendi a
levantar a cabeça acordando as 3h da manhã para estar na porta de
fábrica. Peço a vocês do PT, PCdoB, do MST e da CUT, me convidem porque a
partir da semana que vem estarei disposto a andar este país inteiro
provando que o que fizemos”.
Ao comentar o que os agentes da Justiça queriam ouvir no depoimento,
Lula ironizou. “Querendo saber de vaso de 4 mil reais de Dona Marisa. De
pedalinho”. O ex-presidente falou ainda sobre as palestras e os valores
pagos ao Instituto Lula para contrata-lo. “O paradigma é Bill Clinton
(ex-presidente do EUA), que ganha mais. Para eu fazer palestra tem que
pagar caro mesmo porque sei o que fiz por este país”.
Lula ressaltou ainda que Bill Clinton cobrou R$ 1 milhão para dar uma
palestra da Confederação Nacional da Indústria e que ele cobrar R$ 200
ou 300 mil é visto como grande prova de corrupção.
Sobre o sítio de Atibaia, Lula voltou a dizer que é de um amigo e que o
conhece há décadas e que colocou de fato os presentes que ganhou lá. Se
dirigindo ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, Lula disparou: se
houve um real de desvio na minha conduta eu não mereço servir a este
partido.
Coletiva com ex-presidente Lula - 4 de Março
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