Nicolly nasceu com um glaucoma e uma perda de opacidade na córnea. Por conta da condição, a menina foi submetida a sete cirurgias sem sucesso, em Santa Catarina e São Paulo, ao longo de sua vida. "Seus olhos estavam inteiramente brancos", contou sua mãe, Daiana Pereira, à BBC Brasil. "Não conhecia a doença nem tinha noção da gravidade da situação. Só queria que ela enxergasse".
Os médicos afirmaram então que não seria mais possível operá-la devido às cicatrizes dos procedimentos anteriores. A menina corria o risco de perder os olhos. Após pedir orações para a filha em um grupo no Facebook, Daiana passou a receber mensagens de pessoas que queriam ajudá-la. Uma delas morava nos EUA e iniciou uma procura por hospitais que aceitassem seu caso. Foram quatro recusas até que uma médica de Miami aceitou tratá-la. Para ir aos Estados Unidos, a família lançou uma campanha online para arrecadar os US$ 17,5 mil (R$ 61,3 mil) necessários para a internação.
A operação seria feita de graça. Já na cidade norte-americana, Nicolly foi diagnosticada também como surda, devido à obstrução dos ouvidos por um líquido. Em 17 de março, ela passou por duas cirurgias para corrigir a surdez e a cegueira. "Você está vendo", disse Daiana para a filha assim que as bandagens foram retiradas da menina. "Todas as portas se fechavam quando o caso dela era analisado, mas a Nicolly mostra que o impossível não existe.
É uma questão de acreditar e lutar por isso. Agora, um médico brasileiro será treinado para trazer a tecnologia usada no caso da minha filha para cá e, assim, ajudar outras crianças".
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