Cinco dias após ter sido atacada por um homem no Fórum Regional do
Butantã, na Zona Oeste da capital paulista, a juíza Tatiane Moreira
Lima, da Vara de Violência Doméstica, volta ao trabalho nesta
segunda-feira (4), informou ao G1 assessoria de imprensa do Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Na última quarta-feira (30), a magistrada ficou meia hora refém nas
mãos do vendedor Alfredo José dos Santos, que ameaçou incendiá-la. O
agressor exigiu que ela gravasse um vídeo no celular dizendo que ele era
inocente das acusações de bater na ex-mulher. O homem, que é réu num
processo, culpava Tatiane por ter tirado dele a guarda do filho.
As imagens das ameaças e da prisão de Alfredo foram gravadas por
policiais militares. Logo após a Polícia Militar (PM) deter o homem, num
momento de distração dele, as cenas foram compartilhadas pelo
aplicativo WhatsApp, viralizando nas redes sociais. Ainda segundo a
assessoria do TJ, o presidente do tribunal, Paulo Dimas de Bellis
Mascaretti, e um represente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) irão
nesta tarde ao fórum onde a juíza foi atacada para dar apoio a ela.No
domingo (3), Tatiane falou ao Fantástico que se sentiu como as mulheres
vítimas de agressões que vê nas audiências. Também disse, apesar de ter
sido agredida por Alfredo, não tem raiva do homem.“Não tenho sentimento
de rancor ou raiva. Fiquei realmente com pena porque vi ali um ato de
desespero”, disse a magistrada. “O que percebi foi que eu estava sendo
vítima como as mulheres que vêm todos os dias nas audiências”.
Em depoimento à Polícia Civil, Alfredo havia dito que invadiu o Fórum do Butantã e fez Tatiane refém porque “queria chamar a atenção". Ele alegou que se sentia injustiçado pela juíza por ela ter tirado dele a guarda do filho e a todo momento pedia para os policiais filmarem ele e chamarem a TV.
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