(Foto: reprodução/Facebook) |
Após sofrer estupro coletivo em uma comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro, a vítima, uma adolescente de 16 anos, voltou a
se pronunciar na internet.
"Todas podemos um dia passa e por isso .. Não, não doi o
útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes !!
Obrigada ao apoio", escreveu no Facebook.
Na manhã desta sexta-feira (27), a jovem também aderiu à campanha na rede social pelo "fim da cultura do estupro".
A nova mensagem é um complemento do texto postado pela adolescente na noite de quinta-feira (26).
"Venho comunicar que roubaram meu telefone e obrigada pelo
apoio de todos. Realmente pensei que seria julgada mal", disse em seu
primeiro desabafo.
Segundo a vítima, 33 homens armados teriam participado do crime.
Repercussão:
A ONU Mulheres Brasil divulgou, na quinta-feira (26), nota em que se solidariza com as jovens do Rio de Janeiro e do Piauí que foram vítimas de estupros coletivos e
pede ao poder público dos dois estados que seja incorporada a
perspectiva de gênero na investigação, processo e julgamento dos casos. A
organização também pede à sociedade brasileira "tolerância zero" a
todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização.
Mais cedo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro tomou
depoimento de uma jovem de 16 anos que informou ter sido drogada e
estuprada por diversos homens. O crime foi denunciado após um vídeo com
imagens da jovem desacordada e com órgãos genitais expostos ter sido
postado na internet. No vídeo, um homem diz que "uns 30 caras passaram
por ela".
Em Bom Jesus, sul do Piauí, uma jovem de 17 anos afirmou
ter sido violentada por quatro adolescentes e um rapaz de 18 anos, na
madrugada desta sexta-feira (20). Após uma briga com o namorado, a jovem
teria ingerido bebida alcoólica e os suspeitos se aproveitaram da
embriaquez para cometer o crime. A jovem foi encontrada amarrada dentro
de uma obra abandonada.
A nota, assinada pela representante da ONU Mulheres
Brasil, Nadine Gasman, observa que os dois casos "bárbaros" se
assemelham pelo fato de que as duas adolescentes teriam sido atraídas
pelos algozes em tramas premeditadas e por terem sido violentamente
atacadas num contexto de uso de substâncias com álcool e drogas.
"Como crime hediondo, o estupro e suas consequências não
podem ser tolerados nem justificados sob pena do comprometimento da
saúde física e emocional das mulheres, as quais devem dispor de todas as
condições para evitar a extensão do sofrimento das violências
perpetradas", registra o texto.
A ONU Mulheres Brasil também reforça a necessidade de
garantia e fortalecimento da rede de atendimento a mulheres em situação
de violência e de profissionais especializadas em gênero em todas as
esferas governamentais para o pleno atendimento às vítimas.
Dilma: estupro coletivo de jovem foi "barbárie"
A presidenta afastada Dilma Rousseff usou as redes sociais
para condenar o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio
de Janeiro. Segundo Dilma, o ato foi uma "barbárie". “Presto minha total
solidariedade à jovem, menor de idade, estuprada por vários homens.
Além de cometerem o crime, os agressores ainda divulgaram fotos e vídeos
da vítima, desacordada, na internet. Uma barbárie”, disse Dilma, que
pediu a identificação e punição dos responsáveis.
A jovem deu depoimento à Polícia Civil dizendo que acordou
na madrugada de quinta-feira (26) cercada por 33 homens armados de
pistolas e fuzis. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no
Rio de Janeiro (DRCI) também analisa um vídeo com imagens da jovem
desacordada e nua.
Postadas na quarta-feira (25) no Twitter, as imagens
causaram indignação na internet. No próprio vídeo, um homem diz que "uns
30 caras passaram por ela". O delegado Alessandro Thiers pediu a quem
tenha qualquer informação que possa auxiliar na identificação dos
autores entre em contato pelo e-mail alessandrothiers@pcivil.rj.br
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro divulgou
nota repudiando o ato e se prontificou a oferecer apoio à jovem e sua
família.
www.redetv.uol.com.br
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