A Justiça de São Paulo enviou ao juiz federal Sérgio Moro o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foi encaminhada denúncia contra o petista por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
O processo foi enviado na última quinta-feira e ainda precisa de um parecer do Ministério Público Federal antes chegar ao juiz Sérgio Moro.
O caso envolve as investigações sobre o tríplex no Guarujá, no litoral sul de São Paulo. O imóvel foi reformado pela construtora OAS, uma das investigadas na operação Lava Jato.
A juíza do caso, Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, negou todos os recursos da defesa de Lula e manteve a decisão de declinar competência para realizar o julgamento.
Há cerca de um mês, a magistrada remeteu o processo ao juiz federal Sérgio Moro por entender que os possíveis crimes podem estar relacionados à operação Lava Jato.
Entenda a Operação Lava Jato:
Deflagrada em março de 2014, a operação da Polícia Federal investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteras e políticos do país. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da maior estatal do país, esteja na casa de bilhões de reais. No esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema.
Veja os caminhos que levaram Lava Jato até Lula
Ciclo começou a ser fechado no final de 2015, na 21ª fase da
Operação
Para chegar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a força-tarefa da Lava Jato reuniu evidências em diversas fases da operação. Desde o envolvimento de um amigo de Lula e de empreiteiras nos desvios da Petrobras até a polêmica sobre a posse de imóveis no litoral e no interior de São Paulo.
O ciclo começou a se fechar em novembro de 2015, na 21ª fase da Lava Jato, a Operação Passe Livre. O principal alvo foi o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente e, para a Polícia Federal, o laranja de Lula.
Operação Triplo X
No final de janeiro deste ano teve início a 22ª fase da operação. Surgiu a primeira indicação de que Lula teria entrado na mira da força-tarefa da Lava Jato. Empreiteiras com contratos bilionários com a Petrobras teriam pagado por um apartamento tríplex no Guarujá, um sítio em Atibaia e reformas luxuosas. Tudo seria destinado à família do presidente.
O ex-presidente admitiu que ele e a mulher, Marisa Letícia, eram proprietários de um apartamento no edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, mas não do tríplex. Até agora, a construtora OAS não explicou por que gastou pelo menos R$ 1 milhão para reformar e mobiliar o tríplex.
Operação Acarajé
Começou na última semana a 23ª fase da Lava Jato, intitulada operação Acarajé, que chegou até o homem por trás das campanhas de Lula e da presidente Dilma Rousseff: o publicitário João Santana. Ele é acusado de receber depósitos milionários no exterior, pagos pela Odebrecht, por serviços eleitorais prestados aos dois presidentes da República.
Operação Aletheia
Diante das evidências e provas, a força-tarefa da Lava Jato decidiu conduzir Lula para depor na manhã de sexta-feira (4). A operação foi batizada de Aletheia, em referência à expressão grega que significa "a busca pela verdade".
(Fonte:Band)
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