Por enquanto há investigações em curso em São Paulo, Rio, Pernambuco,
Amazonas, Bahia, Pará, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A
investigação começou em 2010, no interior de São Paulo, e depois se
espalhou pelo país. Quem a iniciou foi Thiago Lacerda Nobre, hoje chefe
da Procuradoria Geral da República em São Paulo, e procurador da
República em Santos.
Fontes da PF e MPF dão conta de que as fraudes podem somar mais de R$
100 milhões desde 2013. Há novas ações sendo iniciadas em outros
estados, porém. Um dos artistas já condenados a ressarcir os cofres
públicos nos últimos meses foi o sambista Zeca Pagodinho. Sua
empresária, Leninha Brandão, confirma a condenação, mas nega
irregularidades e afirma que os advogados do artista vão recorrer. No
caso de Zeca, a ação contra ele se desenrolou em Brasília.
Modus operandi
A fraude mais comum, segundo o procurador, é aquela em que um
atravessador recebe informação privilegiada de que esta ou aquela cidade
fará uma grande festa (de aniversário por exemplo) e que a intenção é
de contratar a dupla sertaneja "X". De posse da data, o atravessador
então se antecipa, entra em contato com a dupla e faz uma oferta de
compra da data em questão.
Quando um funcionário da prefeitura entra em contato com o empresário
da dupla, dizendo que a cidade tem interesse em contratar seus artistas,
é informado que a data em questão já está vendida, e que a prefeitura
deve procurar o empresário-atravessador. Não raro, a prefeitura acaba
pagando um preço às vezes exorbitante pelo cachê dos artistas de seu
interesse, porque o "atravessador" sabe que não há outras opções e cobra
o valor que quer ao município.
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