Partido quer que Corte dê liminar para revogar decisão da Justiça do RJ.
Nesta terça, ordem judicial bloqueou acesso ao aplicativo de mensagens.
O Partido Popular Socialista (PPS) pediu nesta quarta-feira (19) ao
Supremo Tribunal Federal (STF) uma liminar (decisão provisória) para
suspender imediatamente a ordem judicial da 2ª Vara Criminal da Comarca
de Duque de Caxias, do Rio de Janeiro, que bloqueou o acesso ao aplicativo Whatsapp.
A ação será analisada pelo presidente do Supremo, ministro Ricardo
Lewandowski, que está como plantonista do tribunal durante o recesso do
Judiciário.
"Cumpre destacar que, embora o ajuizamento da ADPF tenha sido motivado
por outra decisão judicial do mesmo jaez (tipo), o pedido de mérito
formulado na inicial abrangia 'a finalidade de não mais haver suspensão
do aplicativo de mensagens WhatsApp por qualquer decisão judicial'", diz
trecho do pedido protocolado na Suprema Corte pelo PPS.
A legenda governista já havia ajuizado uma ação no Supremo em maio
deste ano, quando a Justiça de Sergipe suspendeu o aplicativo. Na
ocasião, o PPS solicitou que nenhum juiz pudesse suspender novamente o
aplicativo. O relator do caso, ministro Luiz Edson Fachin, pediu
informações a todos os envolvidos, mas ainda não decidiu sobre o pedido.
Esta é a quarta vez que um juiz de primeira instância manda suspender o
acesso ao aplicativo no Brasil. Diferentemente das outras decisões, a
ordem judicial da Justiça do Rio de Janeiro não determinou um prazo para
o retorno do serviço.
Projeto de lei
Nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que sua pasta está elaborando um projeto de lei para regulamentar o acesso a informações de aplicativos como o WhatsApp.
Segundo Moraes, a proposta visa possibilitar o acesso a dados
necessários a investigações policiais e, desta forma, evitar que
eventuais bloqueios do aplicativo, por decisões judiciais, prejudique os
usuários do programa de mensagens instantâneas mais popular do país.
Ele disse que é preciso que empresas estrangeiras que lidam com troca
de informações entre usuários tenham sede no Brasil e tecnologia para
fornecer, quando necessário, dados requisitados por autoridades
policiais e judiciais.
Atualmente, duas propostas em tramitação no Congresso Nacional tratam
sobre o tema. Não há, porém, previsão de votação das matérias tanto na
Câmara quanto no Senado.
Na Câmara, o deputado Arthur Maia (PPS-BA) apresentou um projeto de lei
que proíbe o Judiciário de conceder medidas cautelares ou outras
decisões que bloqueiem o acesso a aplicativos de troca de mensagens como
o WhatsApp.
O texto está na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática da Casa e pode ser votado já no segundo semestre deste ano.
No Senado, há um projeto semelhante, de autoria do senador José
Medeiros (PSD-MT), que proibe a suspensão ou interrupção de aplicativos
de internet como medida coercitiva em investigação criminal ou processo
judicial cível ou penal.
O projeto está na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática do Senado e também pode ser votado até o final
do ano.
(G1)
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