Em coletiva no Palácio da Alvorada, nesta
terça-feira (16), a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) leu uma
carta batizada como "Mensagem ao Senado e ao povo brasileiro", cujo teor
versa sobre sua defesa informal ao processo impeachment, visto que a
petista espera agora o julgamento final que poderá afastá-la em
definitivo. Ela admitiu erros e propôs um plebiscito sobre a
antecipações das eleições presidenciais de 2018.
A presidente quer o apoio de senadores para a votação do impeachment e tenta reverter o quadro que até então é desfavorável.
"Meu retorno poderá contribuir
decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade
política. Minha responsabilidade é grande. Na jornada para me defender
do impeachment, me aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir
seu reconhecimento, receber seu carinho. Ouvi críticas duras ao meu
governo. Há erros cometidos e medidas políticas que não foram adotadas",
diz.
"Todos sabemos que há um impasse gerado
pelo esgotamento do sistema político, seja pelo número excessivo de
partidos, pelas práticas políticas questionáveis a exigir profunda
transformação nas regras vigentes. Estou convencida da necessidade e
darei apoio irrestrito à convocação de plebiscito para consultar a
população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a
reforma política e eleitoral", leu em outro trecho da carta.
Além de propor o plebiscito, a presidente
afastada também defendeu a aprovação de uma "ampla e profunda" reforma
polífica no país com o objetivo, segundo ela, de moralizar as campanhas
eleitorais e dar mais poderes aos eleitores.
“O que peço aos senadores e senadoras é
que não se façam a injustiça de me condenar por um crime que não cometi.
Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente. A
vida me ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere
e à tortura. Gostaria de não ter que resistir à fraude e à mais infame
injustiça”, declarou na mensagem dirigida ao Senado.
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David Gouveia Notícias
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