Após a votação, ele disse que o governo
do presidente Michel Temer (PMDB) é parcialmente responsável pela
cassação de seu mandato. O peemedebista não chegou a culpar o presidente
Temer diretamente por sua cassação, mas disse que quem de fato "comanda
o governo" é o secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias de
Investimentos), Moreira Franco, que sogro é de Rodrigo Maia.
"Quem elegeu o presidente da Casa foi o
governo, quem derrotou o candidato Rogério Rosso foi o governo. Todo
mundo sabe que o governo hoje tem uma eminência parda e quem comanda o
governo é o Moreira Franco, que é o sogro do presidente da casa [Rodrigo
Maia]. Todo mundo sabe que o sogro do presidente da casa comandou uma
articulação e fez com que fosse feita uma aliança com o PT e,
consequentemente, com isso a minha cassação estava na pauta”, disse
Cunha.
Perguntado se tinha a intenção de
assinar delação premiada, já que é alvo da Operação Lava Jato, Cunha
disse não ser criminoso para fazer delação. “Só faz delação quem é
criminoso. Eu não sou criminoso, não tenho que fazer delação”. O
peemedebista, contudo, disse que pretende escrever um livro sobre o
impeachment de Dilma Rousseff
“Vou contar tudo que aconteceu, diálogo
com todos os personagens que participaram de diálogos comigo. Eles serão
tornados públicos, na sua integralidade. Todo mundo que conversou
comigo, todos, todos”, disse Cunha.
Apesar da promessa de escrever um livro
de memórias, Cunha negou que faça ameaças. “Não sou pessoa de fazer
qualquer tipo de ameaça, velada ou não. Não faço ameaça. O livro não é
ameaça. Quero contar os fatos, contribuir para a história. A sociedade
merece conhecer todos os detalhes. Até porque uns ficam falando que é
golpe e hoje vão querer perpetuar esse discurso de golpe com a minha
cassação. Não tenho nada a revelar sobre ninguém. O dia que o tiver, eu o
farei”.
Cunha já estava afastado do mandato. Com a
decisão da Câmara, fica inelegível até janeiro de 2027. Outra
consequência da cassação deve ser a mudança do foro onde ele será
investigado e julgado pelas acusações de ser um dos principais
integrantes do esquema de corrupção na Petrobras.
Com o foro privilegiado que o mandato lhe
conferia, Cunha responde a duas ações penais no Supremo Tribunal
Federal, além de outras investigações relacionadas ao esquema. Agora,
seu caso pode migrar para a Justiça Federal no Paraná, sob os cuidados
do juiz Sergio Moro -a expectativa, porém, é que Cunha tente manter de
alguma forma os processos no STF.
Com informações da Folhapress
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