A defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff apresentou nesta
quinta-feira (01) uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a
anulação da condenação da petista no processo de impeachment e
solicitando que o Senado realize uma nova votação do
seu afastamento. Protocolado às 9h14min, o mandado de segurança foi
distribuído por sorteio para o ministro Teori Zavascki, que será o
relator do caso.
A ação inclui um pedido de decisão liminar para suspender os efeitos
da decisão do Senado, de modo que o presidente Michel Temer volte a ser
interino até uma decisão final do plenário do STF sobre a ação. O
mandado de segurança é um tipo de recurso judicial usado por alguém que
considera que tem os direitos violados.
Além de um novo julgamento no impeachment, a defesa de Dilma pede que
o STF anule dois artigos da Lei 1.079, de 1950, usados pela acusação
para imputar crimes de responsabilidade a Dilma. A estratégia vinha
sendo estudada antes da decisão do Senado.
A ideia é que a Corte declare como contrários à Constituição de 1988 o
item 4 do artigo 10 da lei e o artigo 11. O primeiro define como crime
de responsabilidade “infringir, patentemente, e de qualquer modo,
dispositivo da lei orçamentária” e foi usado para enquadrar os decretos
que abriram créditos suplementares supostamente incompatíveis com a meta
fiscal, o que só seria possível com aval do Congresso.
O outro é o artigo 11, que define crimes de responsabilidade “contra a
guarda e legal emprego dos dinheiros públicos”, como por exemplo,
“contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar
operação de crédito sem autorização legal”. Assim, se esses artigos
fossem eliminados na legislação, faltaria base para enquadrar os atos
imputados a Dilma como crimes, o que poderia a absolver.
O ex-ministro e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, já havia
informado na quarta-feira (31) que iria acionar o STF para contestar o
impeachment. Na ocasião, ele disse que as ações iriam contestar
“irregularidades formais no processo”.
O impeachment de Dilma foi aprovado pelo plenário do Senado por 61
votos a 20. Ela foi condenada sob a acusação de ter cometido crime de
responsabilidade fiscal – as chamadas pedaladas fiscais no Plano Safra e
os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional. (AG)
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David Gouveia Notícias
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