A Comissão de Constituição e Justiça e
Cidadania (CCJ) do Senado vai analisar as propostas feita pelo senador
licenciado e secretário estadual de Educação, Walter Pinheiro (sem
partido), que mudam o rito do impeachment.
Antes de sair da Casa Legislativa e
assumir a SEC, Pinheiro sugeriu alterar o período de afastamento
temporário de um presidente denunciado, que ocorre após a instauração do
processo de impeachment pelo Senado. Na PEC 27/2016, o senador
licenciado quer reduzir esse tempo dos atuais 180 dias para 90 dias.
Depois desse prazo, se o julgamento não
estiver concluído, o presidente reassumiria o posto, mas o processo de
impeachment prossegue. Durante o afastamento do presidente, ele sugere
que a presidência da República seja ocupada pelo presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), e não pelo vice-presidente, como é hoje.
Sugere ainda explicitar na Constituição
que caberá ao Senado editar decreto, após a instauração do processo,
para determinar os direitos que serão assegurados ao chefe do Executivo
durante seu afastamento.
Na proposta, Walter Pinheiro mantém o
entendimento do STF quanto à prerrogativa do Senado de decidir, em
Plenário, sobre a admissibilidade do processo de impeachment. Ele, no
entanto, altera o quórum para deliberação, sugerindo que seja por meio
de maioria qualificada, ou seja, com o apoio mínimo de dois terços dos
integrantes da Casa, ou 54 senadores.
Pinheiro considera uma contradição que se
exija maioria absoluta para que a Câmara aceite a denúncia e maioria
simples para que o Senado instaure o processo. Na prática, disse, uma
decisão que implica no afastamento temporário do presidente denunciado
poderia ser tomada por apenas 21 senadores.
Reeleição
Outra questão controversa diz respeito à
responsabilização do governante que for reeleito. A Constituição em
vigor prevê que o impeachment de um presidente só pode ser motivado por
acusações relativas a atos cometidos na vigência do mandato. Por conta
dessa norma, denúncias relativas ao primeiro mandato de Dilma Rousseff
(PT) foram excluídas do julgamento da então presidente.
As propostas em exame na CCJ, no entanto,
ampliam essa possibilidade de responsabilização, em caso de reeleição. O
senador Cristovam Buarque (PPS) sugere que o presidente também seja
responsabilizado por atos praticados no mandato anterior.
Walter Pinheiro vai além e propõe que um
presidente poderá ser impedido por crime praticado em qualquer mandato
anterior, seja subsequente, por reeleição, ou não.
*Com informações da Agência Senado
06/09/2016
Propostas de Pinheiro que mudam rito do impeachment serão analisadas pela CCJ
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