A velocidade com que a PEC do teto dos gastos tramitou no Congresso
impressionou o australiano Philip Alston, relator especial da ONU para a
Pobreza Extrema e os Direitos Humanos; em entrevista à CartaCapital,
ele critica o fato de uma medida "radical" e "dramática" ter sido
proposta por um governo que não foi eleito nas urnas; "Está claro que
essa é uma proposta que interessa a uma pequena parcela da elite e de
jeito nenhum faz parte dos interesses da maioria da população"
Por Débora Melo, da CartaCapital - A velocidade com
que a PEC 55, que congela o teto dos gastos públicos, tramitou no
Congresso impressionou o australiano Philip Alston, relator especial da
Organização das Nações Unidas para a Pobreza Extrema e os Direitos
Humanos. Na sexta-feira 9, ele emitiu um comunicado no qual afirma que a
aprovação da PEC 55 é um "erro histórico" que provocará "retrocesso
social".
Em entrevista à CartaCapital, Alston critica o fato de uma medida
"radical" e "dramática" ter sido proposta por um governo que não foi
eleito nas urnas. "Está claro que essa é uma proposta que interessa a
uma pequena parcela da elite e de jeito nenhum faz parte dos interesses
da maioria da população."
Ele comenta por que emitiu o comunicado pela ONU sobre o assunto: "Eu
venho acompanhando as discussões há algumas semanas e decidi emitir
agora esse comunicado porque, em breve, poderá ser tarde demais para
fazer qualquer coisa. Aceitar que políticas de áreas fundamentais como
saúde e educação sofram um desmonte pelos próximos 20 anos é totalmente
incoerente com as ideias de direitos humanos".
Confira aqui a íntegra da entrevista.
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