O Ministério da Justiça, do governo Michel Temer, negou ajuda ao
governo de Roraima para controlar rebeliões e brigas entre facções. O
pedido havia sido feito em novembro de 2016 pela governadora do Estado
Maria Suely Campos (PP) e relatava crescente tensão entre facções. Na
madrugada desta sexta-feira (6), 33 detentos morreram no Estado vítimas
de confronto entre grupos rivais.
Em dois ofícios enviados ao ministro Alexandre de Moraes, a governadora
solicita em caráter de urgência apoio do Governo Federal, bem como da
Força Nacional de Segurança "em virtude dos últimos acontecimentos no
sistema prisional do Estado de Roraima". A governadora solicita ainda a
doação de 180 pistolas que deveriam ser destinadas ao controle
penitenciário. Ela cita ainda que o sistema carcerário em Roraima
encontrava-se sob grande clima de tensão.
No documento, consta a descrição de uma crescente tensão entre membros
do CV (Comando Vermelho) e do PCC (Primeiro Comando da Capital), desde
agosto de 2016. Como precaução, os membros do Comando Vermelho teriam
sido isolados em uma ala "fim de resguardá-los", segundo o documento. No
dia 16 de outubro, no entanto, membros do PCC teriam quebrado o muro
que os separava da ala do Comando Vermelho. Na ocasião, dez membros do
Comando Vermelho morreram. Os corpos teriam sido decapitados e
carbonizados.
O governo estadual transferiu os membros do Comando Vermelho
sobreviventes do ataque para outra unidade prisional. Em resposta à
solicitação do governo do Estado, o ministério da Justiça declarou por
meio de ofício que a Força Nacional já estava em fase de preparação para
uma operação de combate a homicídios e violência doméstica nos 26
Estados e no distrito Federal. Alexandre de Moraes disse no ofício que
"apesar do reconhecimento da importância do pedido de Vossa Excelência,
infelizmente, por ora, não poderemos atender ao seu pleito".
Em entrevista na tarde desta sexta (6), o ministro Alexandre de Moraes
disse que o pedido de Roraima foi negado pois se tratava de uma
solicitação de auxílio à "segurança pública" comum, decorrente da
presença de traficantes vindos da Venezuela. Segundo o ministro, o
pedido não era específico à questão carcerária. Os ofícios trocados
entre ele e o governo de Roraima, no entanto, contradizem a afirmação.
A crise em Roraima ocorre quatro dias após a morte de 60 presos no Estado do Amazonas.
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David Gouveia Notícias
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