A polícia determinou que o corpo do homem que a família chegou a acreditar estar vivo durante o velório passe por exames que atestem a causa da morte. A
decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (10) após familiares
registrarem um boletim de ocorrência na delegacia de Santa Helena, no
oeste do Paraná.
O sepultamento estava marcado para as 9h, mas o corpo foi levado ao
Instituto Médico-Legal (IML) de Toledo por volta das 11h para a
necrópsia e deve ser liberado à tarde.
“Ao ficarmos sabendo do caso, chamei o médico que fez o atendimento
para dar explicação. Ele disse que o cidadão estava sem vida. Mas, para
não ficar qualquer dúvida, mandamos o corpo para o IML e o perito vai
dizer qual foi a causa da morte”, comentou o delegado Pedro Lucena.
O homem tinha 44 anos, e a família ficou em dúvida sobre a morte após
um aparelho registrar supostos batimentos cardíacos. O corpo chegou a
ser levado ao hospital durante o velório, mas exames comprovaram a
morte.
Na noite de terça (8), ele passou mal e procurou o pronto atendimento
de São José das Palmeiras, na mesma região. Horas depois, teve a morte
por infarto confirmada pelo médico de plantão. Em seguida, o corpo foi
levado à funerária - onde teve todo o sangue e fluídos corporais
retirados - e liberado para o velório.
Na quarta (9), pela manhã, familiares estranharam a temperatura do
corpo do homem e chamaram um médico. O aparelho usado pelo clínico
Fernando Santin registrou 74 batimentos cardíacos por minuto, semelhante
ao de uma pessoa viva e com as mesmas características.
Os exames de eletrocardiograma e o monitoramento pulmonar e cardíaco
foram acompanhados por um médico cardiologista e outro clínico. Eles
constataram que não tinha pulso e que não havia reação da pupila, além
da rigidez cadavérica. Portanto, ele estava morto, segundo os médicos.
Para o clínico Fernando Santin, a hipótese trata-se de um caso de
atividade elétrica sem pulso, opinião, segundo ele, compartilhada por um
médico do Samu também consultado.
“Mesmo depois de parar de bater, o coração pode continuar emitindo
ondas elétricas. E isso é o que pode ter sido captado pelo oxímetro.
Casos assim são raríssimos. Em 14 anos de profissão, nunca havia sido
chamado para um atendimento como este", explicou.
(G1)
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