Julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula ocorre na tarde desta quarta-feira (04)
Os dois ministros que iniciaram a votação do habeas corpus do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixaram o placar empatado.
O relator, Edson Fachin, votou pela rejeição do habeas corpus
preventivo ao petista. O ministro citou diversos votos proferidos no
julgamento em que o mesmo pedido de liberdade de Lula foi negado, por
unanimidade, pelos cinco ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), em fevereiro.
Já Gilmar Mendes votou a favor do habeas corpus. De acordo com o
ministro, quando a Corte julgou a questão da prisão em segunda instância
pela última vez, em 2016, a decisão foi mal interpretada pelas
instâncias inferiores.
Depois dos votos dos dois, a presidente do STF, Cármen Lúcia,
suspendeu a sessão por 30 minutos. Gilmar Mendes levou cerca de uma hora
e meia para proferir seu voto.
O ministro Alexandre de Moraes votou contra o habeas corpus de Lula.
Ele argumentou que o encarceramento de criminosos condenados em segundo
grau não foi responsável pela prisão de possíveis inocentes e sim de
corruptos. Segundo Alexandre, a tese da prisão após condenação em
segunda instância significou “efetivo combate à corrupção”.
Logo após, o ministro Luis Roberto Barroso também acompanhou o
relator e também votou contra o habeas corpus de Lula. Ele questionou
“para quem” seria a mudança da jurisprudência do STF, que já autorizou
prisões após condenação em segunda instância.
Considerada decisiva para o julgamento do habeas corpus, a ministra
Rosa Weber defendeu que é “imprescindível” o “princípio da
colegialidade”. Além disso, ela defendeu a manutenção da jurisprudência
antes de votar. Rosa votou contra o habeas corpus do ex-presidente.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o ex-presidente Lula mudou de
canal durante o voto de Rosa. Ele assistiu ao julgamento na sede do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
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David Gouveia Notícias
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