Foto: Reprodução TV Bahia |
A cabeleireira Iaina Fernanda Pereira procurou a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado (MP-BA) para denunciar um caso de racismo. Ela contou que recebeu mensagens no WhatsApp em que foi chamada de “macaca” e discriminada, também, por ser baiana.
“Ele [agressor] começou com os insultos, xingando e tudo mais. Eu não respondia, na verdade, eu não tive nem reação para responder. Ele disse que baiano era burro, que a gente merecia a morte e que íamos para São Paulo para pedir esmola. A gente sempre ouve falar: ‘fulano sofreu racismo’, mas quando acontece com a gente é totalmente diferente. É muito doloroso”, disse.
Iaina falou ainda que atua como cabeleireira há três anos e costuma usar as redes sociais para divulgar o trabalho. O número do celular dela fica disponível na internet para as clientes e que deve ter sido dessa forma que o agressor conseguiu o seu contato. A violência verbal começou há uma semana, segundo ela. Nas mensagens, o suspeito a chama de “preta macaca”, “cabelo duro” e ainda diz que “baiano é muito lerdo”.
De acordo com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), foram registrados, entre janeiro e junho deste ano, 60 casos de racismo. Nos últimos seis meses, foram anotadas 168 ocorrências no Ministério Público.
“As pessoas têm se sentido à vontade para manifestarem o ódio através das redes sociais e o racismo não fica atrás. A gente tem registrado um aumento significativo do racismo através da internet”, explicou a promotora Lívia Vaz à TV Bahia.
“Quem sofre racismo na internet é importante imprimir a tela da mensagem racista e também a tela da página do perfil do agressor. Com esses dados, a gente consegue descobrir a autoria. Mesmo que seja um perfil ‘fake’, a gente tem como descobrir porque conseguimos acesso aos dados cadastrais do autor da página”, explicou Iaina.
Segundo a promotora Lívia Vaz, Iaina registrou o caso na última sexta-feira (13) e o órgão possui métodos técnicos e jurídicos para descobrir a autoria. A denúncia da cabeleireira é apurada pelo MP-BA e Polícia Civil. Nenhum suspeito foi identificado até o momento.
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