Órgão pede para que os municípios adotem as medidas necessárias para garantir o aumento da vacinação contra a doença
Prefeitos de 312 cidades do País com alto risco para retorno da
poliomielite foram oficiados na sexta-feira pelo Ministério Público
Federal (MPF). O órgão pede para que os municípios adotem as medidas
necessárias para garantir o aumento da vacinação contra a doença.
“A estratégia deve ser adotada em curtíssimo prazo”, afirmou a
procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Drupat. O
descumprimento das recomendações pode se enquadrar em improbidade
administrativa e desrespeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente,
segundo ela.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, pelo menos 312
cidades têm menos de 50% das crianças protegidas contra a pólio. A
recomendação da Organização Mundial da Saúde é imunizar no mínimo 95%
para evitar novos casos. O último caso de pólio registrado no País foi
em 1990.
No ofício, Deborah recomenda ampliar o horário de funcionamento das
salas de vacina, o que ajuda pais que trabalham em período integral.
Pede também que profissionais da atenção básica, incluindo agentes
comunitários, façam trabalhos para identificar crianças com a carteira
de vacinação atrasada.
A orientação do Programa Nacional de Imunização (PNI) é aproveitar a
visita da criança ao posto de saúde para vaciná-la – exceto nas
recomendações médicas em contrário. Coordenadora do PNI, Carla Domingues
criticou em entrevista ao Estado a resistência de profissionais em
adotar essa simultaneidade na vacinação.
Presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde,
Mauro Junqueira admite haver formas de melhorar os indicadores, como
ampliar o horário da vacinação.
Mas argumenta haver empecilhos, como frascos com mais de 50 doses.
“Há recomendações para que municípios não desperdicem o insumo. E isso
faz com que profissionais procurem dar vacina de forma concentrada, para
várias crianças de uma vez só”, diz. “Mas é preferível, por enquanto,
desperdiçar o insumo e ser chamado a atenção sobre isso, do que deixar
uma criança sem proteção.”
Ministério – A Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão pediu ao Ministério da Saúde a atualização dos dados do PNI. O
problema de baixa vacinação ocorre também com outros imunizantes, como a
tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).
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David Gouveia Notícias
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