Após subir o tom contra Jair Bolsonaro (PSL), o
candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, acusou a campanha do
adversário de incentivar uma onda de "milhões de mensagens" com imagens
de mulheres nuas e crianças visando a prejudicar o petista na disputa.
"Acusações muito vulgares, com imagens muito vulgares.
Isso está crescendo muito nos últimos dias, sobretudo direcionado ao
público evangélico, que nós sabemos que cultiva valores que nós também
cultivamos", disse Haddad em São Paulo.
Fernando Haddad (Foto: Eduardo Carmim/AE) |
Nas
imagens apontadas pela campanha, há, por exemplo, fotos de crianças com
roupas vulgares e mensagens como "Esse é o Brasil que eu não quero"
espalhadas por aplicativos de celular.
Perguntado se tomaria alguma
medida judicial, Haddad afirmou que o objetivo é identificar os autores
das publicações. "Nós desconfiamos do Bolsonaro, pelo conteúdo. É muito
compatível com o discurso dele", declarou. O candidato divulgou um
número de celular para que os eleitores encaminhem denúncias com as
mensagens que receberem.
Haddad apontou o crescimento de Bolsonaro nas últimas
pesquisas de intenção de voto a uma onda de notícias falsas, as chamadas
"fake news", que favorecem o presidenciável do PSL. O ex-prefeito
afastou, no entanto, a possibilidade de o adversário vencer a disputa já
no primeiro turno, citada por analistas e integrantes do mercado
financeiro.
Nesta quarta-feira, 3, a Bolsa de São Paulo abriu o
pregão em forte alta e o dólar começou o dia em queda devido ao
desempenho de Bolsonaro nas sondagens de intenção de voto.
O petista disse que o resultado das pesquisas veio
"dentro do esperado". Ao ser perguntado sobre o tom de ataque ao
candidato adversário, Haddad disse que começou a "se defender" na reta
final. Nesta quarta-feira, a assessoria de Bolsonaro informou que ele
não estará no debate entre presidenciáveis desta quinta-feira (4) na TV
Globo.
Previdência
Haddad também falou em "sentar" com trabalhadores para
combinar os termos de uma reforma. Sobre idade mínima, o petista disse
que vai deixar esse ponto em aberto para avaliar a sustentabilidade dos
sistemas de aposentadoria.
O candidato do PT prometeu ainda fazer ajustes nos
termos do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.
"Duvido que o governo Temer consiga entregar esse acordo, até pela
inapetência do governo em fazer qualquer coisa na área externa. Queremos
ajustar os termos com a União Europeia", disse. Ele falou ainda em
promover um acordo bilateral com o México e intensificar as negociações
com China, Índia e Rússia.
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