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“Eu tinha a oportunidade de disputar o Sul-Americano e o Pan-Americano pela sub-20, na época peguei o Valinhos como treinador, me ajudou muito. No Mundial peguei o [Marcos] Paquetá, que também é um cara que sempre gostou do meu futebol. Na convocação para a sub-20, estava praticamente decretada quem seriam os goleiros: eu, Fernando Henrique e Fabiano. Quando saiu a convocação para a sub-20 -na época ia ser em janeiro-, eu estava certo que meu nome estava lá, e para minha surpresa, quando vi no jornal a convocação, meu nome não estava lá. Fiquei muito chateado, pensei ‘poxa, o que aconteceu? Um mês atrás estava tudo certo”, disse o goleiro.
Os convocados foram se preparar para o Mundial nos Emirados Árabes, mas o torneio foi adiado para dezembro por causa da instabilidade política no Iraque.. Foi feita nova convocação e Jefferson foi chamado.
“Eu estava no banco do Max no Botafogo, na Série B, e faltando um mês para a convocação eu nem estava esperando, então recebi uma ligação [do técnico Marcos Paquetá]: ‘E aí, está preparado para voltar à seleção? A gente ia te convocar lá atrás, só que a gente foi barrado, porque não poderia convocar goleiro negro. Tinha uma pessoa [da CBF] que falou que não poderia convocar. Essa pessoa saiu e agora podemos fazer o que quisermos fazer'”, completou o goleiro.
Jefferson foi titular da seleção que ficou com o título daquele mundial. Também em 2003, já havia jogado o Sul-Americano e o Panamericano sub-20.
Pela seleção principal, ele participou da Copa América de 2011 e da Copa do Mundo de 2014.
“Eu também fiquei surpreso quando soube [das declarações]. Eu nunca presenciei nada com relação a isso. Em minha história na seleção nunca vi nenhum dirigente fazer esse tipo de proibição. O Jefferson deve ter tido alguma razão para dizer o que disse, mas eu nunca vi isso acontecer em nenhuma seleção brasileira. Nunca, nunca, nunca”, disse Carlos Alberto Parreira, que em 2003 era o coordenador de seleções.
A reportagem apurou que a declaração pegou de surpresa dirigentes da CBF. A entidade não pretende se manifestar, a não ser que Jefferson ou Paquetá digam quem foi a pessoa a proibir a convocação do goleiro negro.
A reportagem tenta entrar em contato com Marcos Paquetá, mas ainda não teve sucesso.
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