O ex-presidente Lula vem sendo mantido como preso político há mais de um
ano em razão de uma delação premiada forjada pelo Ministério Público. É
o que prova o novo lote de mensagens da Vaza Jato, divulgado neste
domingo pela Folha de S. Paulo, em parceria com o Intercept.
"O empreiteiro que incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) no caso que o levou à prisão foi tratado com desconfiança pela
Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a
colaborar com as investigações, segundo mensagens privadas trocadas
entre procuradores envolvidos com as negociações", aponta a reportagem
deste domingo. "Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só
passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes
sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa
afirmou ter reformado para o líder petista."
A reportagem lembra que Léo Pinheiro só apresentou a versão usada
para condenar Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início
das negociações com a Lava Jato. Os diálogos examinados pela Folha
e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da
empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas — e sugerem
que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os
procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de
rejeitar sua primeira proposta de acordo." Ou seja: Léo Pinheiro foi
levado a incriminar Lula para ter sua delação aceita.
O empreiteiro foi recebido com ceticismo desde o início. “A primeira
notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária
ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão,
no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa mas
não nos comprometemos com nada.”
Leia aqui a íntegra da reportagem.
30/06/2019
Nova bomba do Intercept prova que delação contra Lula foi forjada pela Lava Jato
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David Gouveia Notícias
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