Felipe Melo ergue a taça de campeão paulista de 2020 do Palmeiras Alexandre Battibugli/Placar |
O sábado alegre do Palmeiras quase foi estragado por um pênalti
cometido por Gómez aos 51 minutos do segundo tempo no próprio corintiano
Jô. Ainda assim, o time controlou o nervosismo e levou a melhor sobre o
rival graças a Weverton, que defendeu as cobranças de Michel Macedo e
Cantillo. O gol decisivo foi marcado pela principal revelação deste
Estadual. Aos 20 anos, o volante Patrick de Paula deixou o dele e
sacramentou a conquista.
Tricampeão nas últimas temporadas, o Corinthians sonhava com um tetra
inédito na era profissional do futebol paulista. No entanto, viu o rival
jogar melhor e ainda voltar a ficar na frente no retrospecto. Em sete
finais estaduais com confronto direto entre os clubes em 103 anos de
história, o Palmeiras agora tem vantagem: 4 a 3.
A conquista tem um peso especial para o técnico Vanderlei Luxemburgo. O
treinador é o único a ter conduzido o Palmeiras a vencer o Estadual
desde que Oswaldo Brandão foi campeão em 1976. O atual comandante
conquistou em 1993, 1994, 1996 e em 2008. Nesse último ano, a
comemoração foi ainda no antigo Palestra Itália. Agora foi a vez de o
Palmeiras poder festejar pela primeira vez um título paulista dentro da
nova arena.
O Allianz Parque ganhou uma decoração especial para o jogo. A torcida
espalhou bandeiras, mosaicos e imagens de antigos ídolos do clube,
enquanto que no vestiário justamente a aparência causou um problema. O
Corinthians não gostou de ter visto as paredes e armários com imagens de
títulos do rival e improvisou uma reforma. Membros da comissão técnica
colaram por cima papéis em branco e preto e bandeiras para mudar o visua
do local.
Depois de um empate sem gols de poucas emoções no jogo de ida, na
quarta-feira, os rivais estavam mais dispostos a procurar o ataque no
Allianz Parque. Os times conseguiram se movimentar mais e apostar
principalmente no setor esquerdo. Inclusive, foi por essa região do
campo que o palmeirense Zé Rafael encontrou Willian, que aos seis
minutos obrigou Cássio a fazer uma defesa espetacular.
Apesar da disposição dos times para atacar, o primeiro tempo da final
não teve uma grande lista de melhores momentos. Os times rondavam a área
sem ter alguém mais capacidade para encontrar uma assistência precisa e
de qualidade. Embora os volantes ajudassem o ataque e os laterais
dessem espaço, parecia existir um medo em ousar mais e dar espaço para
algum contra-ataque.
O Corinthians conseguiu assustar o Palmeiras algumas vezes. A principal
delas foi um gol anulado de Jô aos 27 minutos da primeira etapa e mais
alguns chutes de Ramiro e Mateus Vital. Mas foi só. A insatisfação com
as atuações ficou evidente quando os dois treinadores fizeram três
alterações voltadas a dar mais velocidade aos times. Quem conseguiu mais
resultado com a mudança foi o Palmeiras.
Após a final passar um jogo inteiro e mais o primeiro tempo todo sem
ter gols, finalmente o placar saiu do zero. O Palmeiras saiu na frente
graças à visão do lateral Viña. O uruguaio cruzou com perfeição para
Luiz Adriano subir e de cabeça, tirar de Cássio. Foi o primeiro gol
alviverde em cinco clássicos no ano. Mesmo com o estádio vazio, o
sistema de som com os gritos da torcida aumentou de volume para vibrar
com o time.
A vantagem deixou o Palmeiras mais confiante. O time dominou os minutos
seguintes e obrigou Cássio a trabalhar duas vezes pouco depois. O gol
finalmente deixou a decisão emocionante, pois obrigava o Corinthians a
se arriscar no ataque. Quem ganhava o jogo, passou a administrar o
placar e a ter espaços no contra-ataque. Finalmente a decisão do
Campeonato Paulista teve emoção.
O relógio corria e deixava o técnico corintiano, Tiago Nunes, cada vez
mais agitado na área técnica. O time não respondia e ainda perdeu o
lateral Fagner, machucado. Nas poucas vezes em que o Corinthians
conseguia chegar à área adversária, chutava torto e sem perigo. Ansioso
pela conquista, o Palmeiras recuou bastante nos minutos finais e só teve
um grande susto. Gómez errou o tempo de bola e derrubou Jô na área.
O desânimo não fez o Palmeiras perder a concentração para se dar bem
nos pênaltis. Embora tenha sido campeão paulista sem vencer clássicos,
isso não tirou do time a festa pela taça nem dos jogadores a sensação de
ter conseguido uma revanche após em 2018 o Corinthians ter sido campeão
estadual em pleno Allianz Parque.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1x1 CORINTHIANS
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Roccha, Felipe Melo, Gómez e
Viña; Patrick de Paula, Gabriel Menino (Bruno Henrique) e Ramires
(Rony); Willian (Lucas Lima), Zé Rafael (Raphael Veiga) e Luiz Adriano
(Gustavo Scarpa). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
CORINTHIANS: Cássio; Fagner (Michel Macedo), Gil,
Danilo Avelar e Carlos Augusto (Sidcley); Gabriel (Cantillo), Éderson e
Ramiro (Araos); Luan, Mateus Vital (Everaldo) e Jô. Técnico: Tiago Nunes.
Gols: Luiz Adriano, aos 3, e Jô, aos 51 minutos do segundo tempo.
Nos pênaltis: Palmeiras 4 (Raphael Veiga, Gustavo
Scarpa, Lucas Lima e Patrick de Paula; Bruno Henrique perdeu);
Corinthians 3 (Danilo Avelar, Sidcley e Jô; Michel Macedo e Cantillo
perderam)
Cartões amarelos: Gabriel, Gil, Patrick de Paula, Cantillo
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira
Local: Allianz Parque
Fonte: Terra.com
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