ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, e o presidente Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR) |
Prefeituras comandadas pela oposição foram prejudicadas na divisão de dinheiro repassado pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), informa levantamento feito pelo jornal O Globo.
Segundo a publicação, a média de verba por habitante liberada para gestores municípios de partidos de centro ou direita até julho deste ano foi 56% maior do que aquela enviada a cidades comandadas por legendas de oposição, principalmente devido à influência de parlamentares no Executivo.
Entre as 10 prefeituras que mais receberam dinheiro do governo para investimentos, nenhuma é de oposição. Os partidos mais beneficiados são PROS, Solidariedade, Republicanos, PSD, PP, MDB, Avante, PL, PV, DEM, PSC e PTB, nessa ordem. Em 13° lugar, vem o PDT e, depois, o PT.
Apesar de não ter loteado ministérios entre partidos, a articulação política de Bolsonaro criou um sistema para direcionar verba para municípios de acordo com o alinhamento das legendas. Em negociações sensíveis no Congresso, como a reforma da Previdência, o governo colheu indicações de deputados, repassadas pela Secretaria de Governo aos ministérios.
O total de valores empenhados (reservados para pagamentos futuros) para investimentos em municípios sobre os quais o governo teve controle desde a posse de Bolsonaro é R$ 858 milhões. Dos 5.570 municípios brasileiros, só 763 tiveram empenhos desse tipo, sem considerar emendas parlamentares. Desse total, 134 são de prefeitos de oposição e 629, de partidos de centro ou de direita, estejam ou não na base aliada formal do governo no Congresso.
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