Em 40 anos, nunca essa disparidade foi tão grande quanto nesta década prestes a acabar
Foto: Roberto Parizotti/ CUT |
Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostra que, de 2011 a 2020, o Brasil empobreceu em termos absolutos e relativos. Seu PIB (Produto Interno Bruto) terá crescido não mais de 2,2%, se considerada uma projeção de queda de 4,5% neste ano —em razão do impacto da Covid-19— feita pelo Ministério da Economia.
No mesmo período, segundo cálculos do FMI (Fundo Monetário Internacional) mencionados pela publicação, o PIB global terá crescido 30,5%, mesmo com recuo semelhante ao brasileiro neste 2020.
De acordo com a reportagem, a taxa de 2,2% numa década, que seria fraca até como um resultado anual, é bem inferior à do crescimento da população brasileira ao longo desses dez anos, estimada pelo IBGE em 8,7%. Em outras palavras, a renda média nacional por habitante encolheu.
Para além da estatística, a cifra se traduz em óbvia perda de bem-estar da população, mensurável em índices como os de desemprego e pobreza.
Ainda conforme a Folha, significa, ainda, que o país se distanciou mais profundamente do padrões mundiais de riqueza e desenvolvimento.
Nem na década que primeiro mereceu o epíteto de perdida, a dos anos 1980, houve tamanha diferença. Naquele época, o produto brasileiro teve expansão de 16,9%, e o do planeta, de 37,9%.
Em 2011-20, o Brasil perdeu terreno entre as economias emergentes e pobres, cujo crescimento previsto é de 47,6%. Teve desempenho inferior também ao dos países ricos, que têm alta conjunta estimada em 11,5%.
A comparação com nações que tinham renda per capita semelhante no início da década tampouco é favorável.
A europeia Sérvia, a asiática Tailândia e o africano Gabão tinham, em 2010, um PIB por habitante ligeiramente inferior ao brasileiro, se considerado o poder de compra das moedas nacionais. Hoje, os três —especialmente as duas primeiras— têm boa dianteira.
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