O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um apelo aos caminhoneiros para que não façam a greve, que está prevista para segunda-(1º).
Bolsonaro também usou a pandemia como argumento para que não haja paralisação. "Você vai causar um transtorno na questão da economia. Estamos vivendo uma época de pandemia. Olha o que nós passamos no ano passado, estamos passando ainda."
A Petrobras aumentou o preço médio do diesel nas refinarias em 4,4% na terça (26). A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), que até a semana passada minimizava as chances de uma uma greve nacional de caminhoneiros, mudou de tom em relação à paralisação, como mostrou a Folha.
Na terça, a confederação disse ter sido informada de que o Ministério da Economia neutralizaria o efeito do aumento do diesel nas bombas por meio da redução do PIS/Cofins. A pasta não havia confirmado a informação, mas Bolsonaro disse que a medida está em estudo, embora sem uma data para resposta.
"Estamos tratando. A Petrobras segue uma planilha, tem a ver com o preço do petróleo lá fora, tem a ver também com variação do dólar --ontem foi uma boa notícia, o dólar baixou R$ 0,20. Estamos estudando medidas", afirmou.
"Agora, não tenho como dar uma resposta de como diminuir o impacto que, na verdade, foi R$ 0,09 no preço do diesel. Mas, para cada centavo no preço do diesel, que porventura nós queremos diminuir, no caso, PIS/Cofins, equivale buscarmos em outro local R$ 800 milhões. Então, não é uma conta fácil de ser feita."
O presidente também instou os governadores a reduzir o ICMS, imposto estadual.
"Os impostos federais, eu estou pronto para zerar, a gente vai para o sacrifício, mas gostaria que o ICMS acompanhasse também essa diminuição", afirmou, acompanhado de dois de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Jair Renan, que não tem cargo oficial no governo.
Bolsonaro também criticou o governo de São Paulo e a Prefeitura de Belo Horizonte por terem endurecido as restrições por causa da pandemia de Covid-19.
O presidente foi ao Ministério da Economia ao lado de Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
De acordo com Solmucci, uma das demandas apresentadas ao governo foi a prorrogação da carência para pagar os empréstimos no âmbito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), criado em meio à pandemia.
"Pedimos ajuda com a questão do Simples, porque as empresas não estão conseguindo pagar, podem ser desenquadradas e cair em uma situação tributária ainda pior. Pedimos uma questão de revisão do BEm, que é aquela medida que nos permite reduzir jornada e suspender contrato. Porque, se nós estamos de portas fechadas, como é que nós vamos garantir empregos se não há como pagá-los?", disse o presidente da Abrasel.
Bolsonaro disse que as medidas serão estudadas e anunciadas em até 15 dias.
"Por que tem um estado que, ao fechar tudo a partir das 20h, sábado e domingo também, atinge diretamente o coração de garçons, donos de bares, donos de eventos. Bem como o mesmo problema está acontecendo na capital BH", disse Bolsonaro com críticas ao governo de São Paulo e à Prefeitura de Belo Horizonte.
"Eu apelo a todo chefe de governo, estado, município que não vão para um lockdown porque também atrapalha e o Brasil não tem para onde correr mais. Nossa dívida interna está na casa dos R$ 5 trilhões. Nossa capacidade de endividamento tem um limite. E nós temos que botar a economia para funcionar", afirmou o presidente.
No fim do dia, o governo de São Paulo respondeu em nota às declarações de Bolsonaro sobre as medidas restritivas no estado.
"Assim como se opôs à vacina do Butantan contra o coronavírus e depois mudou de ideia, o governo do estado de São Paulo espera sinceramente que Bolsonaro pare de sabotar publicamente as medidas restritivas, utilizadas em São Paulo assim com em outros estados e países para conter a pandemia", diz a nota.
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