Bolsonaro cumprimenta Pazuello em cerimônia de efetivação do general como ministro da Saúde 16/09/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado) |
Maior jornal da Inglaterra, o The Guardian publicou neste domingo (24) reportagem avassaladora sobre o colapso no sistema de saúde de Manaus com a falta de cilindros de oxigênio para garantir a respiração de pacientes em UTIs no começo do mês. O jornal aponta a culpa de Jair Bolsonaro e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que pregam o suposto "tratamento precoce" contra a Covid-19, mesmo sem comprovação científica para a eficácia de medicamentos contra o coronavírus.
O The Guardian reuniu relatos de quem viveu de perto a crise da saúde na capital amazonense, como a fala de Francisnalva Mendes, chefe de saúde da cidade ribeirinha de Coari - “hoje foi um dos dias mais difíceis em todos os meus anos de serviço público. Você se sente tão impotente" - e a de um trabalhador anônimo - “o que estamos assistindo é um massacre completo, uma situação desesperadora, um filme de terror”.
Segundo a publicação, grande parte da culpa pelo ocorrido "é dirigida ao governo do presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, que banalizou a Covid-19, mesmo quando o número de mortos em seu país disparou para o segundo maior da terra".
O jornal inglês chama ainda Pazuello de ministro "obediente". "O obediente ministro da saúde de Bolsonaro, Eduardo Pazuello - um general do exército sem experiência médica - visitou Manaus na véspera do colapso da saúde na semana passada, mas empurrou os falsos 'tratamentos precoces' de Covid-19 promovidos por seu líder em vez de resolver a crise de oxigênio iminente".
A reportagem lembra também que em 2020 Manaus sofreu fortemente com a primeira onda da pandemia, que "forçou as autoridades a cavar valas comuns na terra avermelhada da cidade".
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