O imunizante contra o novo coronavírus desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca pode ter efeito substancial na transmissão do novo coronavírus, com a redução de 67% nos testes positivos, de acordo com um estudo preliminar divulgado na última terça-feira (2).
A pesquisa é o mesma que apontou que a vacina de Oxford/AstraZeneca teve eficácia de 76% com a aplicação de uma só dose do imunizante. Essa proteção começa três semanas após a aplicação e é mantida até 90 dias.
O estudo também apontou uma eficácia de 82,4% com a segunda dose, se aplicada três meses após a primeira. Esse novo resultado é melhor do que o encontrado anteriormente, que apontava uma eficácia de 54,9% quando o reforço foi aplicado após um mês e meio.
Os pesquisadores mediram o impacto na transmissão por meio de swabs (haste semelhante a um cotonete, que coleta amostras do nariz e da garganta), com testes feitos todas as semanas nos participantes para detectar sinais do novo coronavírus.
Se ele não for detectado, mesmo que a pessoa esteja infectada, é um sinal de que o vírus não pode ser transmitido. A pesquisa, que ainda não foi revisada por pares, apontou uma redução de 67% nos testes positivos entre os vacinados.
O estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford é o primeiro a documentar evidências de que a vacina contra a Covid-19 pode reduzir a transmissão do vírus, e a descoberta ressalta a importância da vacinação em massa como um caminho para sair da pandemia, aponta o jornal "The New York Times".
O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, classificou os resultados como "absolutamente excelentes". "Agora sabemos que a vacina Oxford também reduz a transmissão e que nos ajudará a sair dessa pandemia".
Vacina de Oxford no Brasil
A vacina de Oxford/AstraZeneca, a ChAdOx1 nCoV-19, está sendo aplicada no Brasil após aprovação para uso emergencial. Na sexta (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu o pedido de registro definitivo e terá 60 dias para avaliar sua aprovação.
Por enquanto, o Brasil está aplicando as 2 milhões de doses que foram produzidas na Índia e importadas do Instituto Serum.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) importou a tecnologia da vacina, aguarda a chegada dos insumos e a possível aprovação definitiva da Anvisa e prevê a seguinte produção nos próximos meses. Serão 50 milhões de doses serão produzidas no Brasil até abril, após a chegada dos insumos; 100,4 milhões até julho. A previsão é de mais 100 milhões de doses entre agosto e dezembro (uma nova importação dos insumos será necessária).
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