O ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuiu ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta o atraso na compra de vacinas contra a Covid-19. Em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira (17), Guedes afirmou que a compra dos imunizantes está atrasada “desde abril”, nesta época a pasta ainda era comandada pelo ex-ministro. Apesar da fala, naquele mês ainda não existiam nem os testes de vacinas em humanos.
“A entrega da vacina não está atrasada só agora, não. No primeiro dia, Mandetta saiu com R$ 5 bilhões no bolso. É desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá”, acusou Guedes.
Em conversa com a colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ex-ministro rebateu as acusações e chamou o mandatário da Economia de “desonesto, mentiroso”. Conforme Mandetta, o dinheiro citado por Paulo Guedes foi utilizado para comprar 15 mil leitos de Centro de Terapia Intensiva (CTI), equipamentos de proteção individual e testes “que o governo não usou e deixou vencer”.
“É inacreditável que o homem responsável pela economia do país esteja criando uma narrativa mentirosa para disfarçar a própria incompetência, dele e do governo do qual faz parte”, continuou.
Na entrevista, Mandetta lembrou que os primeiros testes de vacinas em humanos foram anunciados em maio, o ex-ministro foi exonerado do cargo em 16 de abril.
“Em agosto, quatro meses depois da minha saída, surgiram as primeiras propostas de laboratórios que estavam desenvolvendo vacinas e que queriam vendê-las ao Brasil. (…) A incompetência e o negacionismo, aos quais Paulo Guedes sempre fez coro, dizendo que a economia era o mais importante, nos levaram a essa situação, em que faltam imunizantes”, pontuou.
“Essa política está condenando pessoas à morte e empresas à falência, por responsabilidade dele e do governo”, completou.
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