A cientista Natalia Pasternak participou na manhã desta sexta-feira (11) da CPI da Covid, no Senado. Em sua apresentação inicial, ela afirmou que a cloroquina nunca teve plausibilidade biológica para funcionar, mas que devido ao debate público no Brasil e o interesse da população, diversos testes em animais e humanos foram realizados e “nunca funcionou”.
De acordo com Pasternak, o caminho pelo qual o medicamento bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro. Ela ainda explicou que um estudo realizado em células de rins de macaco, apontou que “a cloroquina conseguia bloquear a entrada do vírus nessas células genéricas”.
“São células onde existe um caminho biológico para a cloroquina atuar, e esse caminho não se concretiza em células do sistema respiratório. A cloroquina só funciona em tubo de ensaio e em células genéricas. Nunca funcionou em animais e nem humanos”, afirmou a cientista.
Pasternak ainda declarou que foram realizados muitos outros estudos, com diversas outras substâncias em conjunto e em diferentes etapas de tratamento, mas sem resultado.
“Não funciona em células do trato respiratório, não funciona em camundongos, não funciona em macacos, e também já sabemos que não funciona em humanos. Senhores, a cloroquina já foi testada em tudo. A gente testou em animais, a gente testou em humanos, a gente só não testou em emas porque as emas fugiram, mas no resto a gente testou em tudo”, disse.
Para a cientista, o Brasil está atrasado há “pelo menos seis meses do restante do mundo” em relação ao uso da substância.
“Tudo isso já era mais que suficiente para a gente enterrar a cloroquina de vez. Nós estamos pelo menos há seis meses atrasados em relação ao restante do mundo, que já descartou a cloroquina, e aqui no Brasil a gente continua discutindo isso”, lamentou.
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