A preponderância de evidências prova que o vírus que causou a pandemia de covid-19 vazou de um centro de pesquisa chinês, diz um relatório do Partido Republicano dos Estados Unidos divulgado na segunda-feira (3). Trata-se de uma conclusão a qual as agências de inteligência do país ainda não chegaram.
O relatório também citou "ampla evidência" de que os cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, — auxiliados por especialistas americanos e fundos do governo chinês e americano — estavam trabalhando para modificar os coronavírus para infectar humanos e que tal manipulação poderia ser escondida.
O deputado Mike McCaul, o principal republicano no Comitê de Relações Exteriores da Câmara, divulgou o relatório da equipe republicana do painel.
Ele pediu uma investigação bipartidária sobre as origens da pandemia de coronavírus COVID-19, que matou 4,4 milhões de pessoas em todo o mundo.
A China nega que um coronavírus geneticamente modificado vazou da instalação em Wuhan — onde os primeiros casos covid-19 foram detectados em 2019 — uma teoria importante, mas não comprovada entre alguns especialistas. Pequim também nega as acusações de encobrimento.
Outros especialistas suspeitam que a pandemia foi causada por um vírus animal provavelmente transmitido a humanos em um mercado de frutos do mar próximo ao Instituto de Virologia de Wuhan.
"Agora acreditamos que é hora de descartar completamente o mercado úmido como a fonte", disse o relatório. "Também acreditamos que a preponderância das evidências prova que o vírus vazou da IVW [Instituto de Virologia de Wuhan] e que o fez em algum momento antes de 12 de setembro de 2019."
O relatório citou o que chamou de informações novas e pouco relatadas sobre os protocolos de segurança no laboratório, incluindo uma solicitação de julho de 2019 para uma revisão de US$ 1,5 milhão de um sistema de tratamento de resíduos perigosos para a instalação, que tinha menos de dois anos.
Em abril, a principal agência de inteligência dos EUA disse que concordava com o consenso científico de que o vírus não era feito pelo homem ou geneticamente modificado. Apesar disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou em maio que as agências de inteligência americanas acelerassem sua busca pelas origens do vírus, inclusive se houve mesmo um possível vazamento de um laboratório.
Uma fonte familiarizada com as avaliações de inteligência atuais disse que a comunidade de inteligência dos EUA ainda não chegou a uma conclusão definitiva se o vírus veio de animais ou do instituto.
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