Por: Bob Wolfenson |
Depois de muita espera, Wagner Moura vai poder levar "Marighella" aos cinemas. Marcado por adiamentos, o filme embarca numa turnê de pré-estreias pelo país nesta segunda-feira, e chega ao circuito no dia 4 de novembro.
Originalmente, a previsão era que ele chegasse ao público há dois anos, mas a pandemia e uma questão envolvendo a Agência Nacional do Cinema (Ancine) impossibilitaram o lançamento em ao menos duas ocasiões anteriores.
Em entrevista à Folha, o artista baiano afirmou que "Marighella" foi censurado pela Ancine por ser uma biografia de Carlos Marighella, guerrilheiro comunista que lutou contra a ditadura militar.
"As negativas da Ancine para o lançamento e, depois, o arquivamento dos nossos pedidos não têm explicação. E isso veio numa época em que o Bolsonaro falava publicamente sobre filtragem na agência", disse.
Com Seu Jorge na pele do guerrilheiro e escritor, "Marighella" também tem Bruno Gagliasso, Adriana Esteves e Humberto Carrão no elenco e foi exibido no Festival de Berlim de 2019, onde foi aplaudido. Nem assim ganhou força para chegar logo às salas brasileiras.
Ainda segundo a publicação, Moura acredita que a resistência que o filme encontrou, vinda também de parte do público, é sintomática dos tempos atuais, de ânimos políticos exaltados e um governo federal que com frequência ataca a cultura.
Durante a entrevista, o ator-diretor também falou sobre a gestão de Bolsonaro e disse que o presidente "veio do esgoto da história".
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