Há dois meses, uma estudante de 12 anos estava em frente à uma unidade de ensino municipal da cidade de Salvador, na Fazenda Coutos III, quando foi abordada por dois colegas adolescentes. Os garotos teriam levado a menina à força até um estabelecimento comercial do bairro, onde estavam outras duas pessoas: um adolescente e um maior de idade. Lá, ela foi agredida e estuprada pelo grupo. Os suspeitos têm entre 15 e 18 anos.
Quem denuncia a violência é a família da vítima que, desde então, vive um pesadelo, já que além de ter que conviver com o trauma sofrido pela menor, também precisa lidar com o medo das constantes ameaças de morte feitas pelos suspeitos.
Em entrevista à TV Record Itapoan, a mãe da garota, que preferiu não se identificar, por medo de retaliação, afirma que antes do estupro, a menina estava sendo assediada pelos suspeitos que estudam na mesma escola. Os assédios chamaram atenção de uma colega de sala, que reportou os episódios para a mãe da vítima. A família não imaginava que a conduta dos suspeitos acabaria em uma violência mais grave.
Crime
Após o estupro, a menina não comunicou o crime aos pais e à direção da instituição de ensino. Pelo contrário, se fechou ainda mais. O caso só veio à tona quando os próprios suspeitos espalharam o caso entre outros colegas da escola. A menina, assustada com a repercussão, relatou o episódio de violência à diretora.
“Eu fiquei sabendo através da escola. Eles já estavam espalhando entre os amigos e colegas de escola. Minha filha se sentiu coagida por ele e falou para a diretora o que tinha acontecido [...] A diretora me disse que estava sendo ameaçada de morte, que se ela contasse a mim ou a alguém, poderia morrer. Eu também me senti coagida defendendo minha filha, eu poderia estar colocando a vida dela em risco.Com a cabeça fria, resolvi denunciar o caso e registrei uma queixa”, contou a mãe.
Vítimas
O pai da garota, que também não quis revelar a identidade, afirma que enquanto estavam levando a vítima até o local do crime, os suspeitos fizeram uma videochamada com outros dois rapazes para saber se a menina já havia sido violentada por eles. “Eles estão acostumados a fazer isso, não foi só com ela. Eles fizeram uma chamada de vídeo e perguntaram ‘vocês já pegaram essa aqui?’. Os outros responderam: ‘Essa aí, não, traz'. Eles são covardes [...] Deram murro na costela da menina, tapa no rosto e a estupraram.’”, relatou o pai.
A vítima passou por um exame de corpo de delito e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O BNews entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Educação de Salvador para obter mais detalhes sobre o caso. Até a publicação desta reportagem o órgão não havia respondido a solicitação.
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