Uma idosa de 70 anos condenada pela morte a facadas de um menino de 8 anos na Bahia foi presa em Brusque, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, na tarde desta sexta-feira (13), informou a Polícia Civil. Ela estava escondida em casa e foi levada ao Presídio Feminino de Itajaí.
O menino foi abusado sexualmente e assassinado em novembro de 2008 por dois homens e um adolescente no povoado de Limoeiro, região de Inhambupe (a 153 km de Salvador), na Bahia. Segundo a investigação, três mulheres foram mandantes, entre elas a idosa presa em Brusque.
Ela está condenada de forma definitiva a 37 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e estupro, de acordo com a Polícia Civil.
A idosa era conhecida como “Mãe Vanginha”. A morte teria sido encomendada para um ritual de magia maligna.
O delegado Fernando Luis De Farias, responsável pelo caso, detalhou que o mandado de prisão dela mais recente foi expedido em abril deste ano. Ela estava em Brusque há quatro meses.
"Ela está foragida desde 2008. Vários mandados foram expedidos durante o processo e o último é o de abril de 2024", explicou.
A polícia catarinense chegou até a condenada após levantar informações junto com a Polícia Federal e o setor de capturas de São Borja, no Rio Grande do Sul. Elas apontavam que a foragida estava em Brusque.
Com essas informações, a polícia descobriu o imóvel onde ela estava, no bairro Zantão. Após monitoramento, os policiais confirmaram que ela estava escondida na casa, de difícil acesso, e fizeram a prisão.
Conforme apurado pelos policiais, ela ficava dentro do imóvel durante praticamente todo o dia, para evitar ser presa.
"Com o cumprimento do mandado, haverá tratativas entre os juízes da Vara de Execuções Penais de Itajaí e da Bahia para se definir o local do cumprimento da pena imposta", disse o delegado.
Relembre o caso
O garoto Tiago Nascimento da Silva, 8 anos, foi morto com mais de 40 facadas e violentado na noite em novembro de 2008 no povoado de Limoeiro, região de Inhambupe (a 153 km de Salvador), na Bahia.
Inconformados com o assassinato, moradores incendiaram uma residência e uma viatura da polícia civil, apedrejaram e tentaram invadir a delegacia do município para linchar os três acusados de cometer o crime.
A casa destruída pertencia a Joseane do Espírito Santo Nascimento, conhecida como Aninha, onde o corpo do garoto foi encontrado. Ela também era madrasta de um dos acusados do crime. "O enteado dela confessou que participou do crime e ela também sabia de tudo, pois não deixou a gente entrar para procurar o menino", acusou Fernanda Virgínia Santos Nascimento, mãe da criança.
Parentes de Tiago acusaram Joseane de ter encomendado o crime para atender a rituais de magia negra, mas o delegado de Inhambupe, Augusto Saldanha, informou que iria investigar também a possibilidade de ser um homicídio por vingança, uma vez que era fato comprovado a inimizade entre a acusada e a família da vítima.
Quanto à hipótese de magia negra, na época ele confirmou que a população lhe passou várias informações nesta linha, "mas teremos cuidado em não divulgar nada que não tenhamos certeza e nem como provar", disse.
O menino desapareceu, quando saiu de casa para encontrar o avô materno em um bar. Familiares começaram a procurá-lo e o encontraram no terreno da casa de Joseane, sem roupas e com o corpo perfurado por dezenas de facadas, mais de 40 segundo alguns parentes. "Procuramos ele por toda parte e não encontramos. Tentamos entrar na casa de Aninha e ela não deixou, dizendo que já haviam procurado lá. E meu sobrinho estava morto desde cedo lá dentro", contou Joseni dos Santos Silva, tio do garoto.
Três homens foram presos, entre eles um adolescente de 17 anos, sendo que apenas um confessou ter participado do crime. Os adultos foram identificados como Victor Leonardo de Jesus Nascimento, 20, e Paulo Santos Souza, 25.
Victor contou que estava no bar pertencente a sua madrasta, quando foi procurado por Paulo e pelo adolescente pedindo ajuda para ajudar a esconder o corpo do garoto. Quando chegaram ao local, segundo o depoimento de Victor, os três teriam violentado o cadáver. "Ele foi primeiro (apontando para Paulo), depois foi o outro e eu por último. Não participei do crime, mas sei que eles abusaram do menino e depois mataram ele, mas não me disseram porque fizeram isto", revelou, sem apresentar nenhum tipo de arrependimento.
A revolta dos moradores acabou com uma casa e uma viatura da polícia incendiados
O enterro do garoto foi presenciado por uma multidão de moradores, consternados com a morte violenta. Depois do sepultamento, circulou a notícia de que três pessoas tinham sido presas e estava na delegacia do município e a multidão dirigiu-se para a frente do prédio, tentando invadi-lo para retirar os três acusados, sendo contida a muito custo por três equipes da Companhia de Ações Especiais do Litoral (grupamento da Polícia Militar), que utilizaram spray de pimenta, bombas de efeito moral e tiros para o alto. "A porta da delegacia parecia uma zona de guerra. Eles jogaram pedras e paus para tentar afastar os policiais, que tiveram muito trabalho para conter e dispersar os revoltados", informou o delegado.
Na confusão, a delegacia foi apedrejada e uma viatura policial foi incendiada. Apenas um homem foi detido, sendo autuado em flagrante por crime de incêndio. Para evitar a morte dos acusados, eles foram transferidos na madrugada desta terça-feira, para a cidade de Alagoinhas (cerca de 70 km de Inhambupe), onde estão presos na sede da 2ª Coordenadoria de Policia do Interior.
Pela manhã do outro dia, houve mais confusão e revolta, iniciadas quando os moradores de Limoeiro ficaram sabendo que Joseane do Espírito Santo foi liberada em Inhambupe, após prestar depoimento a respeito do caso. De acordo com a polícia, cerca de mil pessoas invadiram a casa da mulher e incendiaram um dos quartos, além de quebrarem todos os objetos que estavam no interior do imóvel.
Com gritos de "queremos justiça", os manifestantes vaiaram os policiais militares e civis que chegaram para evitar a depredação do imóvel. Quando eles saíram do local, a população voltou e destruiu todo o imóvel.
"Ela deveria estar aqui dentro da casa para ver o que se faz com quem comete uma monstruosidade como esta. Ela é um monstro, pois como teve coragem de retirar o sangue de uma criança indefesa. Sempre soubemos que ela não gostava do meu filho, mas fazer uma coisa desta ela não poderia ter feito", declarou a mãe do garoto. "Ela destruiu com a minha vida, tirando o que eu tinha de mais precioso".
Fonte: portalspy.com.br
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