Israel e o movimento militante palestino Hamas concordaram com um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O acordo envolve interromper os ataques israelenses e trocar reféns em Gaza por prisioneiros palestinos.
A informação foi divulgada pela Reuters na tarde desta quarta-feira (15). A agência citou uma autoridade informada sobre o acordo.
Mais cedo, a emissora egípcia Al Qahera News, citando uma fonte egípcia informada, relatou que um acordo de cessar-fogo em Gaza foi alcançado e uma declaração conjunta será emitida em breve.
"Um acordo foi alcançado por meio dos esforços dos mediadores que colocará fim ao sofrimento do povo palestino em Gaza... Uma declaração conjunta será divulgada em breve", disse a fonte.
As Forças de Defesa de Israel lançaram a "Operação Espadas de Ferro" na Faixa de Gaza e impuseram um bloqueio total ao enclave em outubro de 2023.
O número de mortos na Faixa de Gaza devido aos ataques indiscriminados israelenses ultrapassou 46 mil desde 7 de outubro de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza.
Em outubro de 2023, Israel foi alvo de uma operação militar sem precedentes com foguetes lançados da Faixa de Gaza, governada pelo movimento palestino Hamas. Além disso, militantes palestinos invadiram as áreas fronteiriças, abriram fogo contra militares e civis e fizeram reféns. Cerca de 1,200 pessoas foram mortas durante o ataque.
Mais de 250 pessoas foram capturadas no ataque e levadas para a Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades israelenses.
As ações de Israel foram alvo, em dezembro de 2023, de uma queixa na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul. Pretória pediu a adoção de medidas provisórias contra autoridades israelenses diante de ações consideradas genocidas. A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano.
Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.
Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra.
Negociações de cessar-fogo no Cairo, Egito, e em Doha, Catar, se intensificaram nas últimas semanas.
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