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Policiais fazem perícia no local do assassinato de Antônio Vinicius Gritzbach — Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP |
Conhecido como Bill ou Cigarreira, Emílio Carlos Gongorra Castilho é apontado pela Polícia Civil de São Paulo como possível mandante da morte de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de policiais civis. A informação foi confirmada ao GLOBO por um integrante da força-tarefa que investiga o assassinato.
Uma operação da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (13) cumpre 21 mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados à execução. O delator foi assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro do ano passado.
Segundo autoridades ligadas à investigação, Cigarreira seria um dos principais traficantes do PCC no estado. Ele teria ainda uma boa entrada com chefes de facções cariocas, como Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP).
O suspeito integrava o núcleo do PCC ligado a Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, morto a tiros em dezembro de 2021, e à empresa de ônibus UpBus, usada para lavar dinheiro.
Gritzbach foi acusado de ser o mandante da morte de Cara Preta. Ele teria dado um desfalque de R$300 milhões no criminoso, em uma negociação de criptomoedas.
Depois que Cara Preta foi morto, Gritzbach foi sequestrado por integrantes do PCC e levado a um imóvel que pertencia a Cigarreira. Foi ele, inclusive, segundo Gritzbach contou ao Ministério Público, quem telefonou para atrai-lo até o local. Posteriormente, o delator foi solto mediante a promessa de conceder à facção as escrituras de diversos imóveis e as senhas das contas onde estariam os investimentos em criptomoedas.
Em delação premiada ao MP, Gritzbach afirmou que Cigarreira tinha também ligações com agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil.
Até a manhã de hoje, Cigarreira não tinha mandados de prisão em aberto. Não era, portanto, procurado pela polícia. Atualmente, estaria enfrentando um câncer e estaria sendo submetido a sessões de quimioterapia.
Segundo o GLOBO apurou, a lógica que leva à prisão de cigarreira como mandante não é compartilhada por todos integrantes da força-tarefa. Por causa da doença, em operações passadas Cigarreira foi procurado pela polícia até em hospitais, um indicativo que estaria afastado das operações. Além disso, não existiriam evidências que ligam Cigarreira aos policiais militares implicados na execução.
Além do mandando de prisão, outros 20 mandados de busca e apreensão são cumpridos pela polícia nesta manhã. Não há policiais entre os alvos. As viaturas ainda não retornaram das buscas.
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